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Dermatologia22 abril 2025

Caso clínico: “Bolinhas de sangue” pelo corpo 

Neste caso clínico apresentamos um paciente relatando “bolinhas de sangue” pelo corpo, sem sintomas nas lesões.  
Por Mariana Santino

Paciente masculino de 51 anos sem comorbidades prévias refere surgimento ao longo dos anos de múltiplas “bolinhas de sangue” no tronco e braços e que parecem só estar aumentando de quantidade. Nega sintomas nas lesões.  

Ao exame, observa-se múltiplas pápulas avermelhadas ou violáceas, pequenas, pelo corpo, predominando no colo, abdome (Figura 1) e dorso, mas também presente nos braços. Na dermatoscopia, lacunas vermelhas separadas por septos brancos (Figura 2). 

(Figura 1)

(Figura 2)

 

Caso clínico: “Bolinhas de sangue” pelo corpo 

Imagem de wavebreakmedia_micro/freepik

Você sabe qual o diagnóstico e como conduzir? 

O diagnóstico é de angiomas rubis e ele pode ser sugerido apenas pela história e exame físico. 

O angioma rubi é o tumor vascular da pele mais comum no ser humano. Ele é benigno e é adquirido. Muito frequente, começa a surgir em geral após os 30 anos, aumenta em número e tamanho ao longo dos anos, sendo que mais de 75% da população acima de 70 anos vai ter ele. É mais comum em caucasianos e em fototipos baixos. 

Sua clínica é representada por mácula ou pápula avermelhada, brilhante, arredondada ou puntiforme (1-5 mm de diâmetro), única ou múltiplas e podendo haver centenas espalhadas pelo corpo. Elas predominam no tronco (principalmente no colo) e nas extremidades (especialmente nas regiões proximais), mas podem afetar também as mãos, pés, face, pescoço e couro cabeludo. Em geral, poupam a mucosa. Costumam ser assintomáticas e podem sangrar se traumatizadas. Em diabéticos, as lesões são mais volumosas e numerosas, podendo aumentar sob temperatura alta. 

Na dermatoscopia, podem haver lacunas ou lagoas de tamanhos diferentes e com cores variando do vermelho ao vermelho acastanhado ou ainda vermelho azulado em fundo homogêneo vermelho, vermelho azulado ou branco avermelhado. Vasos dilatados isolados podem ser observados. 

O diagnóstico é clínico e deve-se avisar ao paciente sobre a sua benignidade e que podem surgir novas lesões ao longo do tempo. O tratamento não é necessário, mas pode ser realizado em caso de lesões esteticamente indesejáveis ou que apresentem risco de trauma e sangramentos frequentes. Entre as opções de tratamento estão a curetagem, laser, eletrocirurgia, crioterapia, radiofrequência e excisão cirúrgica por shaving com eletrocauterização da base.

Leia também: Caso clínico: Dá para curar o vazio da alma?

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