Atualização em urticária crônica: o que sabemos?
Clinicamente a urtica caracteriza-se pela presença de elevações superficiais circulares e bem demarcadas. Atualize-se no tema.
A urticária crônica (UC) é definida como a presença de urtica e/ou angioedema contínuos ou intermitentes, por pelo menos seis semanas. Acomete principalmente mulheres acima de 40 anos. Pode ser espontânea ou induzível (anteriormente designada como urticária física e precipitada por fatores como como frio, calor ou pressão).
Essas lesões decorrem da degranulação de mastócitos, o que leva à liberação de histamina, leucotrienos, prostaglandinas, citocinas pró-inflamatórias e fatores vasoativos. O processo induz a vasodilatação e o extravasamento de plasma.
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Clinicamente, a urtica caracteriza-se pela presença de elevações superficiais circulares e bem demarcadas, enquanto o angioedema é mais profundo, atingindo o subcutâneo da pele e/ou mucosas. O prurido pode ser intenso e afetar negativamente a qualidade de vida. Esses pacientes podem apresentar distúrbios sistêmicos associados, como infecções, doenças reumatológicas, tireoideopatias e doenças linfoproliferativas.
No entanto, a maioria dos casos de urticária crônica é idiopática e, devido à raridade dessas associações, testes laboratoriais extensos e rotineiros não são necessários.
O tratamento inicial consiste em anti-histamínicos de segunda geração, que apresentam menos efeitos colaterais que os de primeira geração. A monoterapia com anti-histamínicos é apoiada por ensaios randomizados e controlados. Esses medicamentos devem ser prescritos regularmente até a remissão da doença, e a dose pode ser aumentada até quatro vezes (considera-se como referência a dose aprovada pela Food and Drug Administration – FDA).
Quando o controle satisfatório não é alcançado, anti-histamínicos de primeira geração e/ou glicocorticóides sistêmicos podem ser associados a curto prazo. O uso contínuo de corticóides não deve ser realizado pelo risco de efeitos adversos.
Nos casos refratários, o omalizumabe (anticorpo monoclonal anti- IgE) persiste como o agente recomendado nas diretrizes clínicas, baseadas em evidências de alta qualidade. A dose de 300 mg a cada quatro semanas se associa à melhora significativa dos sintomas e da qualidade de vida. Se após seis meses omalizumabe não for eficaz, a ciclosporina pode ser uma opção.
Novas abordagens terapêuticas estão sendo buscadas, como imunobiológicos com interações mais potentes com IgE e agentes que visam vias relacionadas a IL-4, IL-5, IL-13 e IL-17.
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