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Carreira10 fevereiro 2025

Como clínicas médicas podem adotar práticas sustentáveis em 2025

Especialistas revelam cinco passos para transformar ambientes médicos em espaços mais ecológicos, com impacto positivo na saúde
Por Redação Afya

Não temos como fugir: o grande lema de 2025 será mesmo a sustentabilidade e seu impacto nos mais diversos setores, incluindo a saúde. Clínicas médicas, com seu alto consumo de recursos e geração de resíduos descartáveis, têm a oportunidade de adotar práticas mais responsáveis sem comprometer a qualidade do atendimento. Pequenas mudanças na rotina já fazem uma grande diferença.

Para entender como tornar ambientes médicos mais sustentáveis, conversamos com três médicas que já aplicam ou planejam implementar medidas nesse sentido: a dermatologista Dra. Marcela Meissner, que inovou na gestão ambiental de sua clínica; a pediatra Dra. Renata Cruz, que está se preparando para essa transição; e a nefrologista Dra. Ester Ribeiro, entusiasta da causa. A seguir, listamos cinco passos práticos para uma clínica mais sustentável.

análise de ensaios clínicos

Menos papel, mais digital

A digitalização é uma das maneiras mais simples e eficazes de reduzir desperdícios. “Sistemas de prontuários eletrônicos e receituários digitais substituíram pilhas de papéis acumulados, tornando o atendimento mais ágil e sustentável”, explica a Dra. Ester.

Para a Dra. Marcela, essa realidade já estava implantada há tempos. “Todos os nossos prontuários eram digitais, eliminando a necessidade de impressões desnecessárias. Para nós, essa foi uma mudança básica, mas que fez uma grande diferença na redução do desperdício”, relata.

Quando a substituição total do papel não for possível, a opção por papel reciclado também pode contribuir para minimizar o impacto ambiental.

Descarte inteligente de resíduos

Você sabe para onde vai o lixo do seu consultório? O descarte inadequado de resíduos hospitalares pode causar sérios danos ambientais e até problemas legais.

Na clínica da Dra. Marcela, a separação dos resíduos sempre foi prioridade. “Na dermatologia, realizamos muitos procedimentos que geram uma quantidade significativa de lixo. No final do dia, é impressionante ver o volume de descartáveis acumulados. Infelizmente, o uso de materiais esterilizados, como luvas e máscaras, ainda é indispensável”, conta.

Ainda assim, ela adotou medidas para minimizar o impacto ambiental. “Separávamos tudo o que fosse possível, garantindo que materiais sem contato com medicamentos ou fluidos, como bulas, caixas e seringas vazias, fossem descartados corretamente. Já os resíduos hospitalares eram encaminhados para descarte adequado por uma empresa certificada”, explica.

Segundo a Dra. Ester, além de firmar parcerias com empresas especializadas na gestão de resíduos, é essencial treinar a equipe para a separação correta dos materiais recicláveis, perigosos e comuns. Afinal, de nada adianta ter lixeiras diferenciadas se elas não forem utilizadas corretamente.

Economia de recursos naturais

A sustentabilidade também passa pelo consumo consciente de água e energia. Pequenas soluções, como torneiras com sensores e lâmpadas de LED, ajudam a reduzir o consumo e aliam benefícios ambientais e financeiros. O gasto cai e o impacto ambiental é minimizado.

A Dra. Marcela compartilha sua experiência: “Na clínica, investimos em energia solar, o que trouxe benefícios tanto financeiros quanto ambientais. Além de suprir nossa demanda energética, a energia gerada ainda permitia reduzir os custos da minha residência”.

A economia de água, no entanto, apresenta desafios maiores, especialmente devido às exigências da vigilância sanitária. “O uso de toalhas reutilizáveis nos banheiros, por exemplo, não é permitido, o que nos obriga a recorrer às opções descartáveis”, acrescenta.

Escolha de fornecedores sustentáveis

A escolha de parceiros alinhados à sustentabilidade faz toda a diferença. Dar preferência a fornecedores que utilizam embalagens recicláveis, materiais biodegradáveis ou processos menos poluentes contribui para um ambiente mais responsável.

“Optar por empresas comprometidas com o meio ambiente reflete nossos valores e fortalece um impacto coletivo”, destaca a Dra. Ester. Até mesmo os produtos de higiene e limpeza podem ser substituídos por alternativas ecológicas, reforçando o compromisso da clínica com a sustentabilidade.

A Dra. Marcela ressalta que ainda há pouca discussão sobre o tema, tanto no ambiente médico quanto entre fornecedores do setor da saúde. “Se houvesse mais opções sustentáveis no mercado, esses fornecedores certamente seriam priorizados pelos profissionais”, afirma.

Ela também aponta barreiras regulatórias no Brasil: “Diferentemente de outros países, aqui a reutilização de embalagens não é permitida. Em locais como Europa e Estados Unidos, por exemplo, é comum levar um frasco próprio para reabastecer produtos como xampu e cremes”.

Conscientizar pacientes e equipes

A educação é essencial para ampliar o impacto das ações sustentáveis. Mas como transformar a conscientização em prática no dia a dia da clínica?

A Dra. Marcela sempre buscou incentivar atitudes mais responsáveis, especialmente por priorizar produtos naturais, de clean beauty e com matérias-primas orgânicas. Embora nunca tenha realizado campanhas específicas, incluiu a sustentabilidade na  comunicação digital do seu consultório.

A pediatra Dra. Renata, que atende crianças diariamente, reforça a importância da conscientização desde cedo. “Entendo a necessidade de implementar medidas sustentáveis em minha clínica. É algo que apoio completamente e pretendo colocar em prática em breve. Mais do que uma mudança no espaço físico, é uma transformação na maneira de pensar e agir das novas gerações”, diz.

Tornar uma clínica mais sustentável não exige mudanças drásticas, mas sim um conjunto de pequenas ações que geram grande impacto. Desde a digitalização de processos até o consumo consciente de recursos naturais, cada escolha contribui para um futuro mais verde. Afinal, cuidar da saúde do planeta também é cuidar da saúde das pessoas.

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Referências bibliográficas

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