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Clínica Médica15 fevereiro 2023

Telemedicina para avaliação pré-operatória difere de avaliação presencial?

Um estudo avaliou se pacientes acompanhados em cuidados pré-operatórios na telemedicina não têm desfechos piores que na avaliação presencial. 

Um estudo de coorte publicado no periódico Journal of American Medical Association (JAMA) nesse ano revelou que pacientes acompanhados em cuidados pré-operatórios com modalidades de atendimento virtual para consultas médicas não têm desfechos clínicos piores do que aqueles pacientes acompanhados com o cuidado presencial, avaliado como padrão ouro. 

Telemedicina com paciente pediátrico neurológico

Métodos 

Conduzido em um único hospital universitário americano, este estudo de coorte avaliou desfechos clínicos e de utilização hospitalar de quase 1.200 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Os participantes realizaram by-pass gástrico em Y de Roux via laparoscópica ou gastrectomia sleeve e foram avaliados em consulta pré-operatória via telemedicina entre julho de 2020 e dezembro de 2021 ou em consulta pré-operatória presencial entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Os participantes foram acompanhados por 60 dias após a realização dos procedimentos. 

Um total de 1.182 pacientes foram incluídos até o final do estudo. No grupo acompanhado via telemedicina participaram. Desses, 257 indivíduos, dos quais 230 eram mulheres. Por outro lado, o grupo de acompanhamento presencial contou com 925 participantes, sendo 766 mulheres. O grupo de pacientes que recebeu cuidados via telemedicina foi mais jovem (média de 40,8 anos de idade) do que o grupo que foi acompanhado presencialmente (média de 43 anos de idade). De mesmo modo, o grupo controle apresentou maiores ocorrências de comorbidades (95,9% versus 80,9% p < 0,001) como depressão, hipertensão e diabetes. 

Resultados 

Os principais achados do estudo estão contidos na tabela a seguir. O grupo intervenção não apresentou resultados inferiores em relação ao controle em nenhum dos desfechos de interesse. 

Desfecho 

Telemedicina Presencial 

P valor 

Atraso na sala de cirurgia 

7,8 min 4,2 min 

0,002 

Duração do procedimento 

134,4 min 105,3 min 

<0,001 

Tempo médio de internação 

1,9 dias 2,1 dias 

<0,001 

Eventos adversos maiores 

3,8% em 30 dias 

2,8 % em 60 dias 

1,6% em 30 dias 

1,6% em 30 dias 

<0,001 

Visitas a pronto-socorro em 30 dias 

18,8% 17,9% 

0,03 

Reinternação em 30 dias 

10,1% 6,6% 

0,02 

Considerações 

O estudo deve ser considerado dentro de suas limitações. Por se tratar de um desenho de não inferioridade as conclusões são modestas. A equipe de pesquisa não deixa em evidência as razões para os pontos de corte de não inferioridade. Além disso, esse é um estudo pequeno e conduzido em uma única instituição, o que limita o seu poder de generalização.

Conclusão 

Contudo, essa é uma evidência promissora da segurança de utilizar teleatendimentos para avaliações pré-operatórias em cirurgias eletivas. Essa prerrogativa tem alto impacto na atenção primária à saúde. Por implicar em um. Menor custo e possibilitar a atuação de especialistas em regiões geográficas de menor densidade profissional, essa ferramenta tem potencial de auxiliar na redução de filas de esperas por procedimentos e garantir maior qualidade assistencial à países como o Brasil.

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Mensagem prática 

No serviço privado, além de implicar em menores custos assistenciais, essa possibilidade cria horizontes para uma melhoria da experiência do usuário do serviço mantendo sua segurança para o procedimento cirúrgico.

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Referências bibliográficas

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