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Cefaleias crônicas são comuns e uma causa importante de comprometimento da qualidade de vida. Pacientes que sofrem com isso geralmente fazem uso de medicamentos para dor com maior frequência, o que acaba criando uma dependência do analgésico. Cria-se um ciclo vicioso de dor de cabeça e medicação, que vai se perpetuando e piorando a cronicidade da doença.
A cefaleia é considerada crônica e indicação de terapia profilática quando compromete a vida da pessoa mais que 15 dias/mês. Não só medicamentos podem ser usados na profilaxia, mas mudanças no estilo de vida também.
Para entender a melhor forma de quebrar esse ciclo, pesquisadores dinamarqueses fizeram um estudo que comparava duas maneiras de abordar a cefaleia induzida por medicamentos. O grupo A era privado do uso de analgésicos totalmente e o grupo B poderia fazê-lo duas vezes por semana. Ambos os grupos foram submetidos a orientações que levavam a mudança no estilo de vida.
Os pacientes foram analisados com 2 meses de tratamento, 6 meses de tratamento e 12 meses de tratamento (sendo aqui o tratamento a falta de medicação analgésica). No grupo A a proporção de pessoas que deixou de ter cefaleia crônica caiu mais do que entre o grupo B. (41% no grupo A e 26% no grupo B). Na avaliação com um ano de estudo, as porcentagens ficaram parecidas, (45% do grupo A deixou de ter cefaleia crônica, e 31% do grupo B), o que levou a conclusão de que 2 meses seriam suficientes para considerar que houve cura, isto e, a reversão das dores de cabeça para cefaleia episódica.
A partir da cura, o uso de analgésicos deve ficar restrito as crises e a terapia profilática deve ser iniciada.
Para que consiga abstinência da medicação durante esse processo é importante emponderar o paciente sobre seu cuidado, trazê-lo para abordagem terapêutica e fornecer suporte, que pode também ser encontrado em atividades em grupo.
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Referências:
- Complete detoxification is the most effective treatment of medicationoveruse headache: A randomized controlled open-label trial, Cephalalgia – International Headeache Society – 2017
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