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Clínica Médica8 novembro 2017

Quais trombofilias necessitam de anticoagulação profilática na gestação?

Pesquisadores reuniram evidências que orientem profissionais de saúde na anticoagulação profilática em mulheres com trombofilias para reduzir o risco de TEV na gestação.

Por Vanessa Thees

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Em novo artigo do British Medical Journal, pesquisadores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise para reunir evidências que orientem profissionais de saúde na anticoagulação profilática em mulheres com trombofilias hereditárias, para reduzir o risco de tromboembolismo venoso (TEV) na gestação.

Através das bases do Embase, Medline, Web of Science, Cochrane Library e Google Scholar, os autores selecionaram 36 estudos observacionais que relataram gestações sem uso de anticoagulantes e o desfecho do primeiro episódio de TEV em mulheres com trombofilia.

A análise mostrou que todas as trombofilias aumentaram o risco de TEV associado à gravidez (probabilidades ≥ 91%). Em relação aos riscos absolutos do TEV na gestação, as trombofilias de alto risco foram:

  • Deficiência de antitrombina (anteparto: 7,3%; IC de 95%: 1,8% a 15,6% // pós-parto: 11,1%; 3,7% a 21,0%)
  • Deficiência de proteína C (anteparto: 3,2 %; 0,6% a 8,2% // pós-parto: 5,4%; 0,9% a 13,8%)
  • Deficiência de proteína S (anteparto: 0,9%; 0,0% a 3,7% // pós-parto: 4,2%; 0,7% a 9,4%)
  • Fator V de Leiden homozigoto (anteparto: 2,8%; 0,0% a 8,6% // pós-parto: 2,8%; 0,0% a 8,8%)

Veja também: ‘TEV na gestação – novas recomendações para prevenção’

Os riscos absolutos anteparto e pós-parto combinados para mulheres com Fator V de Leiden heterozigoto, mutação G20210A da protrombina heterozigótica ou mutações heterozigóticas do Fator V Leiden e da protrombina G20210A ficaram abaixo de 3%.

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que mulheres com deficiência de antitrombina, proteína C, proteína S ou com Fator V de Leiden homozigoto devem ser consideradas para anticoagulação profilática da trombose anteparto, pós-parto ou ambas. Já as pacientes com Fator V de Leiden heterozigoto, mutação G20210A da protrombina heterozigótica ou mutações heterozigóticas do Fator V Leiden e da protrombina G20210A não devem receber profilaxia com base na trombofilia e na história familiar isoladas.

Para os pesquisadores, esses dados devem ser considerados em futuras diretrizes sobre risco de TVE na gestação. Veja aqui o artigo na íntegra.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Croles FN et al. Pregnancy, thrombophilia, and the risk of a first venous thrombosis: Systematic review and bayesian meta-analysis. BMJ 2017 Oct 26; 359:j4452. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.j4452

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