No último dia 10 de Setembro tivemos o dia mundial da prevenção do suicídio. Criada pela Associação Internacional de Prevenção do Suicídio, a campanha Setembro Amarelo tem por objetivo alertar a população e trazer o debate para a sociedade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada 40 segundos uma pessoa comete uma tentativa de suicídio. Milhares de vidas poderiam ser salvas se a população estivesse mais alerta aos principais sinais e se as doenças psiquiátricas, principalmente a depressão, fosse melhor tratada e menos estigmatizada.
Os principais sinais de alerta para um possível suicídio são:
- Falar ou pensar recorrentemente em morrer ou matar-se;
- Depressão sem melhora após tratamento;
- Tomar riscos que podem levar a morte, assumindo a morte como um destino tentador;
- Perda completa no interesse pelas coisas que costumava interessar-se;
- Fazer comentários sobre sentir-se sem esperança e inútil;
- Dizer sentir uma dor incurável;
- Dizer frases como: “seria melhor se eu não estivesse aqui” ou “sou um fardo para os outros”;
- Subitamente mudar de muito triste para muito calmo ou parecer muito feliz;
- Visitar ou ligar para pessoas com objetivo de se despedir.
Médicos, equipe de saúde e familiares devem ter atenção a pacientes com distúrbios psiquiátricos, sinais de alarme e, principalmente, aqueles que já tentaram cometer suicídio.
Um estudo Sueco, publicado este ano no Journal of Clinical Psychiatry, apontou que o risco aumenta em pacientes com distúrbios psiquiátricos, como bipolaridade e depressão, e principalmente quando a primeira tentativa envolve enforcamento ou auto mutilação. Mais do que tentativa de envenenamento, pacientes que tentam machucar-se, como dito, possuem uma chance maior de nova tentativa e que em geral tem sucesso.
Compreender a dor, apoiar, conduzir a um tratamento médico multidisciplinar, com respeito e responsabilidade, fazem parte das competências que devemos assumir para evitar o suicídio. O tratamento psicossocial, como terapia de apoio, conseguiu reduzir em 27% novas tentativas de machucar-se e 36% de mortes por suicídio em pacientes com alto risco. Este dado, retirado de um estudo Dinamarquês, publicado em 2014 no Lancet Psychiatry, aponta o quanto a família e a rede de apoio ao paciente possui importância.
Informar a população e envolver as pessoas é o primeiro passo para reduzirmos os números de tentativa de suicídio. Campanhas como o Setembro Amarelo impactam no olhar da sociedade e trazem mais informações para diminuir o preconceito. Este é um mal que podemos combater em nosso prática médica e que possui um enorme impacto.
Referências:
- Bo Runeson et al. Suicide Risk After Nonfatal Self-Harm: A National Cohort Study, 2000–2008; J Clin Psychiatry
- https://www.save.org
- https://www.facebook.com/setembroamarelo
- Annette Erlangsen et al. Short-term and long-term effects of psychosocial therapy for people after deliberate self-harm: a register-based, nationwide multicentre study using propensity score matching; 2014; Lancet Psychiatry.
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