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Cardiologia9 março 2020

O que fazer quando o paciente apresenta um teste ergométrico positivo e um eco de estresse negativo?

Para responder essa pergunta, cientistas estudaram 47944 pacientes que fizeram ecocardiograma de estresse de janeiro de 2000 a fevereiro de 2014.

Para responder essa pergunta, cientistas do Duke University Medical Center estudaram 47.944 pacientes que fizeram ecocardiograma de estresse de janeiro de 2000 a fevereiro de 2014. O estudo constituiu-se de uma coorte observacional retrospectiva até dezembro de 2016.

Leia também: Teste ergométrico: como interpretar os resultados?

homem realizando teste ergométrico

Teste ergométrico e ecocardiograma

Nesse período, os pacientes a princípio sem histórico de isquemia miocárdica foram avaliados quanto a um desfecho primário composto que incluía morte, infarto do miocárdio, internação por angina instável e revascularização miocárdica. O desfecho secundário seriam eventos individuais relacionados a um teste positivo para isquemia. Os pacientes foram divididos em quatro grupos para avaliação prognóstica, um grupo ECG+/ECO-, um grupo ECG-/ECO- e outros dois com ECO+. Até o momento, esse foi o maior estudo destinado à análise desse tipo de pacientes. Houve outros estudo anteriores, porém pequenos, deixando a dúvida no ar.

Depois de excluir os testes submáximo e com ECG não diagnóstico ou imagens do ECO não diagnósticas, 15077 pacientes (idade média de 52 anos, 6228 homens) foram classificados pelos resultados do teste de estresse. Desses, 12893 (85,5%) tiveram ECG-/ECO-, 1286 pacientes (8,5%) tiveram ECG+/ECO- e 898 pacientes (6,0%) tiveram ECO+.

Através de uma media de seguimento de 7,3 anos, o desfecho composto ocorreu em 794 pacientes com ECG-/ECO-(8,5%), 142 pacientes com ECG+/ECO- (14,6%) e 297 com ECO+(37,4%). Morte ocorreu em 425 pacientes com ECG-/ECO-(4,8%), 50 pacientes com ECG+/ECO- (5,9%) e 70 pacientes com ECO+(11,2%). Infarto do miocárdio ocorreu em 195 pacientes com ECG-/ECO-(2,2%), 31 paciente com ECG+/ECO-( 3,6%) e 59 pacientes com ECO+(8,7%). A adição dos achados do ECG de estresse à clínica e dados do exercício produziram um valor prognóstico incrementado. Pacientes com ECG-/ECO- tinham os testes menos alterados (2,3%), seguidos dos ECG+/ECO- (12,8%) e ECO+ ( 33,6%) (p < ,001).

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Resultados e conclusões

Após análise dos resultados, foi encontrado um aumento discreto do risco dos paciente do grupo ECG+/ECO- em relação ao grupo ECG-/ECO-. Os pacientes do primeiro grupo representaram 8,5% do total de pacientes do estudo. O aumento do risco de eventos cardiovasculares em um ano para o primeiro grupo foi de 1,72% ( discreto em relação aos 0,89% do grupo ECG-/ECO-).

Apesar de discreto aumento do risco cardiovascular, os cientistas da Duke University orientam que o laudo do eco de estresse seja dado ressaltando-se as alterações no ECG ao lado da descrição da movimentação normal das paredes cardíacas.

Referência bibliográfica:

  • Daubert MA, Sivak J, Dunning A, et al. Implications of Abnormal Exercise Electrocardiography With Normal Stress Echocardiography. JAMA Intern Med. Published online January 27, 2020. doi:10.1001/jamainternmed.2019.6958
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