A ingestão de bebidas açucaradas tem sido associada ao aumento do risco de diabetes tipo 2 em diversos estudos, mas sua relação com diabetes auto-imune latente em adultos (LADA) ainda não é clara. Um estudo analisou essa questão e se o mesmo acontece com bebidas artificialmente adoçadas.
Os pesquisadores utilizaram dados de um estudo populacional sueco, incluindo casos incidentes de LADA (n = 357) e diabetes tipo 2 (n = 1.136) e controles selecionados aleatoriamente (n = 1.371). A classificação do diabetes foi baseada na idade de início (≥ 35), DAG e no peptídeo C.
A informação sobre a ingestão de bebidas com adoçante foi obtida a partir de um questionário de frequência alimentar validado. O OR ajustado para idade, sexo, história familiar de diabetes, educação, estilo de vida, dieta, consumo de energia e IMC foi estimado usando regressão logística.
A ingestão diária de mais de duas porções de bebidas açucaradas (consumidas por 6% dos participantes) foi associada a um risco aumentado de LADA (OR: 1,99, 95% IC: 1,11-3,56), e para cada dose diária de 200ml, OR foi de 1,15 (95% IC: 1,02-1,29).
Mais sobre diabetes:
– Diabetes + coronariopatia: qual o melhor tratamento?
– Colesterol alto menor risco de diabetes?
– Complicações Agudas do Diabetes
– Diabetes Tipo 2: Os 13 Princípios do Tratamento
– Uso de células ß artificiais para o tratamento do diabetes tipo 1
– Dupla antiagregação plaquetária em diabéticos, longo ou curto prazo?
Os achados foram semelhantes para as bebidas adoçadas com açúcar (OR: 1,18, 95% IC: 1,00-1,39) e para as zero ou diet, que são artificialmente adoçadas (OR: 1,12, IC 95%: 0,95-1,32). Da mesma forma, cada aumento diário da dose na bebida adoçada total conferiu um risco 20% maior de diabetes tipo 2 (95% IC: 1,07-1,34).
Em pacientes com diabetes tipo 2, os consumidores de bebidas açucaradas apresentaram níveis de HOMA-IR mais altos (4,5 vs 3,5, P = 0,0002), porém menores de HOMA-B (55 vs 70, P = 0,0378) do que os não consumidores. Tendências semelhantes foram observadas no LADA.
O consumo elevado de bebidas açucaradas foi associado com o aumento do risco de LADA. A relação observada se assemelhava àquela com diabetes tipo 2, sugerindo vias comuns possivelmente envolvendo resistência à insulina. As associações foram semelhantes em análises separadas de bebidas artificialmente adoçadas.
Embora não contenham açúcares e, portanto, não contribuem para a ingestão calórica, tem sido sugerido que as bebidas artificialmente adoçadas podem estimular o apetite e levar a um ganho de peso. Além disso, pesquisadores suspeitam que elas têm efeitos adversos sobre a gordura abdominal e microbiota intestinal, o que pode induzir intolerância à glicose.
Referências:
- https://www.eje-online.org/content/175/6/605.full
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.