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Apesar dos avanços em relação à igualdade salarial entre homens e mulheres na Medicina, as médicas ainda recebem menos do que seus colegas homens. De acordo com a pesquisa da American College of Physicians (ACP) publicada na revista Annals of Internal Medicine, as médicas especializadas em clínica médica ganham anualmente US$ 50 mil a menos do que os homens no mesmo cargo nos Estados Unidos.
A diferença pode variar conforme a especialização, horas de trabalho, experiência na área e conhecimentos técnicos do profissional, porém em todos os cenários analisados houve disparidade salarial na Medicina Interna, com desvantagem para o lado das médicas.
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Disparidade salarial em números
O estudo foi realizado em todo o território americano, a pesquisa por amostra contemplou o total de 374 médicos não estudantes filiados à ACP. No Brasil, a realidade não é muito diferente dos Estados Unidos. Em 2018, um levantamento encabeçado pela IGBE constatou que, em todas as áreas, as mulheres ganham 77,5% da remuneração dos homens.
A diferença no salário de acordo com o gênero ainda é um desafio para o setor. No entanto, a disparidade nada tem a ver com falta de competência na prática da profissão. Conforme aponta um estudo publicado na JAMA Internal Medicine em 2016, com dados coletados da Mediacare, a probabilidade de um paciente morrer nas mãos de um médico homem ou mulher é praticamente igual, com leve vantagem para as doutoras. Entre as razões, a pesquisa destacou que as médicas são mais propensas a conversar com os pacientes e aconselhar tratamentos preventivos, além de seguir mais às risca as diretrizes clínicas.
Embora o contingente feminino entre os médicos brasileiros seja menor, o quadro vem mudando com o decorrer do tempo. Em 2018, as profissionais de Medicina representam 45,6% do total, e elas já são maioria entre os doutores mais jovens: 57,4% até 29 anos, e 53,7%, de 30 a 34 anos.
Referências:
- Read S, Butkus R, Weissman A, Moyer DV. Compensation Disparities by Gender in Internal Medicine. Ann Intern Med. [Epub ahead of print 7 August 2018] doi: 10.7326/M18-0693
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