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Clínica Médica2 agosto 2024

Diarreia aguda: 5 dicas para abordagem

Confira informações importantes a respeito do manejo da diarreia em pacientes adultos e pediátricos.
Por Redação Afya

A diarreia aguda é uma condição comum na prática clínica, representando um desafio significativo devido à sua etiologia diversificada e potencial impacto na saúde dos pacientes. Este artigo fornece cinco dicas essenciais para a abordagem clínica da diarreia aguda, baseando-se em evidências científicas para orientar a prática médica de forma eficiente e segura. 

  1. diarreia do viajante

    Avaliação Inicial: História Clínica Detalhada

A coleta de uma história clínica detalhada é fundamental para direcionar o diagnóstico e o manejo da diarreia aguda. Questione sobre o início, duração, frequência e características das fezes (aquosas, sanguinolentas, com muco). Investigue a presença de sintomas associados, como vômitos, febre e tenesmo. A história alimentar recente, uso de medicamentos, viagens recentes e contatos com pessoas doentes são informações cruciais que podem indicar a etiologia infecciosa ou não infecciosa da diarreia (Sokic-Milutinovic et al., 2022; Riddle et al., 2023). 

  1. Exame Físico Focado

Realize um exame físico minucioso para identificar sinais de desidratação (boca seca, alteração do estado mental, palpitações) e avaliar a presença de febre, dor abdominal e alterações no exame abdominal. A avaliação da gravidade da desidratação é crucial para determinar a necessidade de reidratação oral ou intravenosa. Além disso, a palpação abdominal e o exame retal podem ajudar a excluir processos abdominais agudos e identificar a presença de sangue nas fezes (Sokic-Milutinovic et al., 2022). 

  1. Diagnóstico Diferencial e Testes Laboratoriais

A maioria dos casos de diarreia aguda é autolimitada e não requer exames laboratoriais extensivos. No entanto, em pacientes com sinais de desidratação grave, fezes sanguinolentas, febre persistente ou imunocomprometidos, devem ser realizados testes laboratoriais para identificar a etiologia e orientar o tratamento. Testes de fezes, incluindo cultura, antígenos específicos e testes de PCR multiplex, podem ser úteis em casos suspeitos de infecção bacteriana ou parasitária (Riddle et al., 2023). 

  1. Reidratação e Nutrição Precoce

A reidratação é a base do tratamento da diarreia aguda. A solução de reidratação oral (SRO) com uma mistura adequada de sais e glicose é recomendada para a maioria dos pacientes. Nos casos mais graves, a reidratação intravenosa pode ser necessária. A alimentação precoce deve ser encorajada, evitando o jejum prolongado. Dietas leves, como bananas, arroz, maçã e torradas, podem ser benéficas, embora a eficácia dessas dietas tradicionais seja limitada (Sokic-Milutinovic et al., 2022). 

  1. Uso Prudente de Medicamentos

O uso de medicamentos antidiarreicos, como loperamida, deve ser reservado para casos de diarreia não infecciosa, sem sangue nas fezes. Antibióticos são indicados apenas para casos de etiologia bacteriana comprovada ou em pacientes com diarreia do viajante. Probióticos podem ser considerados para reduzir a duração e severidade da diarreia infecciosa, especialmente em crianças (Sokic-Milutinovic et al., 2022; Riddle et al., 2023). 

Conclusão 

A abordagem da diarreia aguda requer uma avaliação cuidadosa e sistemática, com foco na história clínica, exame físico detalhado e reidratação adequada. A utilização criteriosa de exames laboratoriais e medicamentos pode otimizar o manejo clínico, melhorando os resultados para os pacientes. 

 

Este artigo foi revisado pela editora de infectologia Raissa Perlingeiro.

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Referências bibliográficas

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