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Clínica Médica29 maio 2025

Deficiência de ferro em adultos: como triar e tratar

Artigo publicado na revista JAMA se concentrou na triagem, diagnóstico e tratamento da deficiência absoluta de ferro, com ou sem anemia

A deficiência absoluta de ferro, normalmente definida como ferritina inferior a 30 ng/mL ou saturação de transferrina (TSAT) inferior a 20% (calculada como ferro/capacidade total de ligação do ferro × 100), afeta quase 2 bilhões de pessoas no mundo. As causas mais comuns são: sangramento (menstrual, TGI) e gravidez. 

A deficiência absoluta de ferro pode estar associada a disfunção cognitiva (diminuição da concentração/atenção), alterações de humor (irritabilidade, depressão), fadiga, intolerância a exercícios, agravamento da insuficiência cardíaca (IC), síndrome das pernas inquietas (SPI) e PICA (desejo por substâncias não alimentares, como gelo e terra). Se a causa da deficiência de ferro não for diagnosticada e tratada, pode ocorrer anemia ferropriva. 

Ferro é proveniente da dieta (nas formas heme e não-teme), absorvido nos enterócitos intestinais e transportado pela transferrina no sangue até o fígado e baço para ser armazenado na forma de ferritina, ou na medula óssea na forma de hemosiderina. O ferro é armazenado principalmente no sistema reticuloendotelial e recuperado dos glóbulos vermelhos senescentes (RBCs) pelos macrófagos. Aproximadamente 1 mg a 2 mg de ferro são perdidos no suor e nas fezes diariamente.

Saiba mais: Revisando os estágios da deficiência de ferro

Metodologia 

Esta é um artigo de revisão publicado na revista JAMA, em março de 2025, que se concentra na triagem, diagnóstico e tratamento da deficiência absoluta de ferro, com ou sem anemia.  

Achados importantes 

As recomendações para triagem variam entre profissionais  e organizações. A Associação Europeia de Hematologia recomenda a triagem de pacientes em risco de desenvolver deficiência de ferro, incluindo: 

  • atletas;  
  • vegetarianos;  
  • doadores regulares de sangue;  
  • pessoas menstruadas;  
  • adultos com mais de 65 anos;  
  • pessoas com certas doenças crônicas (IC, Doença Renal Crônica [DRC]) ou absorção prejudicada (doença celíaca, síndrome do intestino curto, procedimento cirúrgico pós-bariátrico) 
  • indivíduos com distúrbios hemorrágicos (doença de von Willebrand, hemofilia);  
  • pacientes em uso de anticoagulantes, anti-inflamatórios ou antiplaquetários, ou Inibidores de Bomba de Prótons (IBPs) 
  • aqueles com infecções crônicas ou parasitárias (ancilostomíase);  
  • indivíduos socioeconomicamente desfavorecidos. 

Considerações e mensagem prática 

Deficiência de ferro e anemia por deficiência de ferro são comuns em todo mundo. A saturação de ferritina e/ou transferrina é necessária para diagnóstico e triagem. O ferro oral é a terapia de primeira linha para a maioria dos pacientes. O ferro intravenoso é usado para indivíduos que não toleram ou têm absorção prejudicada de ferro oral, aqueles com perda sanguínea contínua, certas condições inflamatórias crônicas (Doença Inflamatória Intestinal, DRC, IC, câncer) e durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez.

Autoria

Foto de Letícia Japiassú

Letícia Japiassú

Médica endocrinologista com Residência Médica em Clínica Médica pelo Hospital Municipal Souza Aguiar (2008) e especialização pela Associação Brasileira de Nutrologia (2020). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2006).

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Referências bibliográficas

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