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Clínica Médica6 julho 2021

Covid-19: níveis de PCR e resultado do tratamento de pneumonia com Tocilizumabe

Tocilizumabe está sendo utilizado no tratamento de casos graves de pneumonia por Covid-19, por neutralizar a ação da proteína IL-6.

O tocilizumabe (TCZ) é uma droga usualmente utilizada para o tratamento de casos graves ou refratários de artrite reumatoide, agindo na redução da resposta imunológica, bloqueando a ação da proteína IL-6, responsável pela inflamação crônica das articulações. Atualmente, o tocilizumabe está sendo utilizado como coadjuvante no tratamento de casos graves de pneumonia por Covid-19, por neutralizar a ação da proteína IL-6 que encontra-se muito elevada nesses pacientes. Muitos estudos já evidenciaram os  benefícios do uso desse anticorpo nos pacientes com Covid-19 principalmente em relação a diminuição  da possibilidade de ventilação mecânica e diminuição do tempo de internação hospitalar. 

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Em relação ao uso dessa droga no âmbito da infecção por SARS-CoV-2, vale a pena considerar a associação de elevados níveis de PCR e a administração de tocilizumabe em pacientes graves com pneumonia por Covid-19. Múltiplos estudos realizaram esta comparação e obtiveram resultados diferenciados. 

Covid-19 níveis de PCR e resultado do tratamento de pneumonia com Tocilizumabe

Análise francesa

O estudo francês CORIMUNO-TOCI-1 avaliou 130 pacientes com diagnóstico de Covid-19 e quadro pneumônico de moderado a grave que necessitaram de 3 L/min mas que não estavam em ventilação mecânica nem em unidade de terapia intensiva. Nesse estudo 63 pacientes receberam TCZ na dose de 8 mg/Kg EV e 67 receberam os cuidados usuais. Esse estudo que foi publicado no JAMA, apresentou um resultado onde a maior parte dos pacientes que recebeu o tratamento com TCZ não necessitou de  ventilação mecânica e tiveram alta mais precocemente. Porém não houve diferença estatística entre as  taxas de mortalidade nos dois grupos. 

Seguimento

Mais recentemente o JAMA publicou um follow-up de 90 dias desse estudo, realizado pelo Dr. Xavier Mariette do Bicetre Hospital, em Le Kremlin-Bicetre analisando a taxa de mortalidade com os níveis de  PCR. No D90 não houve diferença estatística entre os óbitos do grupo que recebeu TCZ (11%) em  comparação com o outro grupo (18%). Ainda nesse follow-up, foi analisado a interação estatística entre os níveis de PCR e a necessidade de ventilação mecânica ou óbito no D14 (endpoint primário) e evidenciou-se que dentre os pacientes que tinham PCR maior que 15 mg/dL e receberam TCZ, apenas  18% atingiram o endpoint primário em comparação com 57% do outro grupo, também com níveis elevados de PCR. 

Da mesma forma também foi evidenciado que dentre os pacientes dos dois grupos com níveis acima de 15 mg/dL de PCR, a taxa de mortalidade foi menor no grupo que recebeu TZC durante o período de 90  dias. 

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Apesar desse follow-up demonstrar que pacientes com índices elevados de PCR obtiveram resultados melhores com o uso de TCZ, é importante salientar que existiram algumas limitações como a amostra pequena de apenas um segmento de tipo de pacientes, além do tempo de análise ter sido muito estendido. 

Referências bibliográficas:

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