O combate à sífilis acaba de ganhar um novo obstáculo: o desabastecimento de penicilina. No Brasil e no mundo, os hospitais estão sofrendo com a falta do medicamento, que é essencial não só para o tratamento da DST, como também da febre reumática e a faringite bacteriana em crianças.
Em janeiro de 2016, um levantamento feito pelo Ministério da Saúde indicou que 60,7% dos estados relataram falta de penicilina. Os baixos estoques do medicamento afetam, principalmente, a rede pública de saúde do Brasil.
O mesmo acontece lá fora, em grandes nações como Estados Unidos e Canadá. Uma das causas apontada por pesquisadores para esse desabastecimento global é que a penicilina, por ser um produto barato e com indicações restritas, não gera lucros significativos para os fabricantes.
É possível substituir a penicilina?
De acordo com a última atualização do CDC nas diretrizes para o tratamento de sífilis durante a gestação, penicilina G é o único antimicrobiano eficaz na prevenção da transmissão da doença de mãe para filho e para o tratamento do feto.
Como medida de emergência, Ministério da Saúde liberou uma nota orientando os profissionais da rede pública a priorizar o uso da penicilina para pacientes gestantes com sífilis e crianças com sífilis congênita; e doxiciclina (apenas para não gestantes) e ceftriaxona (gestantes ou não) como alternativas para o tratamento de sífilis primária, secundária, latente recente e tardia.
A preocupação é tanta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) está monitorando a disponibilidade do medicamento em todo o mundo, tentando assim, equilibrar as necessidades de cada país com o fornecimento de penicilina.
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