Nessa semana, falamos sobre o uso de oxigênio suplementar em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Por isso, na nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a apresentação clínica do DPOC descompensado.
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Definição: Evento agudo de piora dos sintomas respiratórios do paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica que supera a variação diária da sintomatologia e, geralmente, é acompanhada por um ou mais dos sintomas cardinais: aumento da tosse em frequência e gravidade; aumento do volume de escarro e/ou mudança de característica; aumento da dispneia.
Anamnese
- Quadro clássico: Piora aguda de um ou mais dos sintomas respiratórios cardinais do DPOC: dispneia, tosse e/ou produção de escarro (aumento em volume e/ou escarro que se torna purulento). Avaliar a piora dos sintomas quanto:
• Tempo de evolução;
• Comparação com nível basal;
• Gravidade do comprometimento respiratório (ex.: dispneia em repouso ou aos esforços);
• Caracterização do escarro (quantidade, presença de sangue, purulento). - Avaliar sintomas associados: Podem indicar um diagnóstico alternativo ou comorbidade:
• Presença de sintomas constitucionais (febre, emagrecimento, sudorese noturna e calafrios, podem sugerir tuberculose ou neoplasia pulmonar);
• Dor torácica e edema periférico (pode sugerir insuficiência cardíaca e/ou síndrome coronariana aguda);
• Fatores de risco para tromboembolismo pulmonar e doença coronariana;
• Presença de sintomas respiratórios altos, sugestivos de infecção viral. - Avaliar fatores de risco de exacerbação aguda: Idade avançada; tosse produtiva; duração da doença; histórico de uso de antibiótico; doença do refluxo gastroesofágico; hipertensão pulmonar; hospitalização por DPOC no último ano; hipersecreção mucosa crônica; tratamento teofilina; presença de comorbidades; grau de limitação ao fluxo aéreo (medido pelo VEF1 da espirometria).
- Avaliar potenciais fatores desencadeantes: Evidências de infecção pulmonar (responsável por cerca de 70 % dos casos); poluição ambiental; embolia pulmonar. Uma minoria de casos pode ser desencadeado por outras comorbidades, como insuficiência cardíaca e doença isquêmica do coração ou broncoaspiração.
Exame Físico
- Principais achados: Variam de acordo com a gravidade da exacerbação. Podendo apresentar taquipneia; sibilância; aumento do tempo expiratório; sinais de angústia respiratória (cianose, tiragem, batimento de asas do nariz e uso de musculatura acessória).
- Ausculta: Diminuição do murmúrio vesicular; sibilos; roncos difusos; crepitações; abafamento de bulhas cardíacas. Em casos extremos, o murmúrio vesicular desaparece pela grave diminuição do fluxo aéreo.
- Determinar gravidade precocemente (Sinais de alarme): Uso de musculatura acessória; discurso breve e fragmentado; incapacidade de deitar em posição supina; sudorese profusa; agitação; saturação de oxigênio < 92%; cianose; incapacidade de manter esforço respiratório; rebaixamento do nível de consciência; refratariedade ao tratamento inicial na unidade de emergência.
- Atenção! Deve-se estar atento a presença de outros sinais que indiquem comorbidades ou diagnósticos alternativos, como febre, hipotensão e edema periférico. A presença de febre alta, hipotensão e sinais de toxemia deve levantar a hipótese de pneumonia como fator desencadente.
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