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Clínica Médica4 maio 2015

Adiar transferências para o CTI aumenta o risco de morte e prolonga tempo de internação

O American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine publicou recentemente um escore capaz de avaliar o risco de parada cardiorrespiratória, transferência para unidade de terapia intensiva e morte, em pacientes internados em enfermarias hospitalares. O uso de ferramentas de estratificação de risco não é nenhuma novidade na medicina, porém a pontuação proposta pelo novo …

Por Eduardo Moura

O American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine publicou recentemente um escore capaz de avaliar o risco de parada cardiorrespiratória, transferência para unidade de terapia intensiva e morte, em pacientes internados em enfermarias hospitalares.

O uso de ferramentas de estratificação de risco não é nenhuma novidade na medicina, porém a pontuação proposta pelo novo escore é bem mais abrangente e envolve, além dos costumeiros sinais vitais, dados laboratoriais e de histórico médico. O novo escore conhecido como eCART (electronic Cardiac Arrest Risk Triage) apresenta maior sensibilidade e especificidade em comparação com o MEWS (Modified Early Warning Score), já utilizado na prática.

O escore, desenvolvido por uma equipe da Universidade de Chicago, foi empregado em estudo prospectivo que constatou que o atraso na transferência de pacientes internados para o CTI aumenta a mortalidade e o tempo de internação hospitalar, reforçando ainda mais a necessidade do uso de ferramentas de avaliação prognóstica na detecção precoce de quadros potencialmente graves.

Segundo Dr Wendlant, pesquisador que constatou a associação: “A implementação de uma ferramenta de estratificação de risco como o eCART tem o potencial de reconhecer precocemente quadros graves, melhorando os desfechos dos quadros para os pacientes”.

Embora o escore desafie a avaliação clínica, no ponto de vista da detecção precoce, vale ressaltar que não substitui de maneira alguma esta avaliação, e, na verdade, complementa e apoia a decisão médica.

Se a veracidade da associação é dada como certa, não é certo, porém, a real causa dessa associação: Será porque a equipe médica não registra adequadamente os sinais vitais? A equipe médica está insistindo em tentativas de manejo do doente na enfermaria, adiando a transferência para o CTI? Ou será pela indisponibilidade de vagas de terapia intensiva nos hospitais? O desafio do momento é entender a causa na busca de soluções.

A opinião final do Dr. Wendlant traduz bem a conclusão que se chega com o estudo: “Avaliação à beira do leito é insubstituível. Acho que a questão é como encontrar o equilíbrio certo entre a avaliação médica subjetiva e os marcadores objetivos certos em direção a melhor avaliação do doente. Nós estamos trabalhando na tentativa de encontrar esse equilíbrio.”

 

Referências Bibliográficas:

  1. Churpek MM, Yuen TC, Winslow C, et al. Multicenter development and validation of a risk stratification tool for ward patients. Am J Respir Crit Care Med. 2014;190:649-655
  2. Amaral AC. The art of making predictions: statistics versus bedside evaluation. Am J Respir Crit Care Med. 2014;190:598-599
  3. Miriam E. Tucker. ICU Transfer Delay Predicts Death, Prolongs Hospital Stay, MedScape.com, April 01, 2015

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