As fraturas do quadril estão associadas à perda da independência e mobilidade e posterior institucionalização de pacientes. Todos esses fatores levam a uma maior taxa de mortalidade, sendo importantíssima a prevenção desse tipo de lesão.
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Indivíduos com esquizofrenia são normalmente expostos a inúmeros fatores de risco para fraturas como alcoolismo, uso de antipsicóticos, osteopenia, deficiência de vitamina D e diabetes. Mesmo assim, são poucos os estudos que associam a esquizofrenia a fraturas de quadril.
Novo estudo
Foi publicado recentemente no Journal of the American Medical Association – JAMA um estudo com o objetivo de quantificar e comparar tendências e características de fraturas do quadril sofridas entre os anos de 2009 e 2018 em Ontário, Canadá, entre todos os adultos com idade maior ou igual a 40 anos vivendo com esquizofrenia versus a população em geral.
Métodos
Foram incluídos pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e idade entre 40 e 105 anos com hospitalização relacionada a fratura de quadril entre 1º de abril de 2009 e 31 de março de 2019 através de uma base de dados de saúde canadense. A análise estatística foi realizada entre novembro de 2021 e fevereiro de 2023. O desfecho principal foi a avaliação anual padronizada por idade específica para o sexo da taxa de fratura de quadril por 10 mil indivíduos e variação percentual anual em taxas padronizadas por idade.
Entre os 109.908 pacientes com fratura de quadril, 4.251 tinham esquizofrenia e 105.657 não. Pacientes com fratura do quadril e esquizofrenia eram mais jovens no evento índice em comparação com aqueles sem esquizofrenia. Uma maior proporção de pacientes com versus sem esquizofrenia teve fragilidade (53,7% vs 34,2%; diferença padronizada, 0,40) e fraturas por fragilidade anteriores (23,5% vs 19,1%; diferença padronizada, 0,11). A taxa geral padronizada por idade por 10.000 indivíduos com vs sem esquizofrenia foi de 37,5 (IC 95%, 36,4 a 38,6) vs 16,0 (IC 95%, 15,9 a 16,1).
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As taxas padronizadas por idade foram 3 vezes maiores em homens com vs sem esquizofrenia (31,0 [95% CI, 29,5 a 32,6] vs 10,1 [95% CI, 10,0 a 10,2]) e mais de duas vezes maior em mulheres com vs sem esquizofrenia (43,4 [95% CI, 41,9 a 44,9] vs 21,4 [95% CI, 21,3 a 21,6]). No geral, a análise de regressão identificou uma diminuição anual constante de 0,7% (95% CI, -1,1% a -0,3%) em taxa de idade padronizada para ambos os grupos de estudo.
Conclusão e mensagem prática
Os resultados deste estudo transversal sugeriram que os indivíduos com esquizofrenia experimentam uma idade mais precoce de início e uma taxa consideravelmente maior de fraturas de quadril em comparação com a população em geral, com implicações para a prevenção de fraturas direcionadas e otimização do gerenciamento clínico da saúde óssea ao longo de sua doença psiquiátrica.
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