A perda de oposição do polegar pode gerar um grande impacto na função da mão, reduzindo cerca de 40%. A etiologia pode ser congênita, nos casos de hipoplasia, ou após lesão nervosa, principalmente com denervação do músculo abdutor curto do polegar.
Como tratamento, uma série de transferências nervosas podem ser realizadas com o extensor próprio do indicador (EPI), palmar longo (PL), flexor superficial dos dedos (FSD) ou abdutor do dedo mínimo (ADM), por exemplo. Foi publicado no último mês, na revista Hand, um estudo com o objetivo de avaliar e comparar funções, desfechos e complicações pós-operatórias entre diferentes técnicas de oponoplastia.
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Métodos
Foi realizada uma revisão sistemática em abril de 2021 nas bases de dados PubMed, Embase, Medline e Web of Science. Foram pesquisadas várias combinações com os termos em inglês: “thumb opposition,” “carpal tunnel,” “tendon transfer,” “opponensplasty,” and “opposition transfer”.
Um total de 641 artigos foram incluídos, dos quais 42 textos foram elegíveis para inclusão com uma coorte total de 873 pacientes.
Resultados
As transferências mais comumente usadas foram palmar longo (PL), extensor próprio do indicador (EPI) e flexor superficial dos dedos (FSD). Todas essas transferências demonstraram uma melhora na amplitude de movimento, força de pinça e pontuações no score de Kapandji.
Taxas de complicação de 19% e 12% foram relatadas com transferências FSD e EPI, respectivamente, predominantemente relacionadas a morbidade da área doadora. Uma taxa de complicação de 6% foi observada com transferências PL, que foi mais comumente relacionada ao fenômeno de corda de arco.
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Conclusão e mensagem prática
A heterogeneidade dos resultados impediu uma comparação estatística direta. Há, portanto, capacidade limitada de comparação direta; no entanto, FSD e EPI parecem demonstrar melhores resultados funcionais, às custas de maiores taxas de complicações. Cada técnica tem complicações e vantagens específicas e importância no aconselhamento e discussão com o paciente.
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