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Um dos principais aliados no controle do sangramento no pós-operatório são os drenos de tórax, inseridos ao final da operação, antes do fechamento hermético do mediastino. É por meio deles que possíveis sangramentos e outros derrames cavitários torácicos secundários ao ato cirúrgico podem ser eliminados, evitando-se complicações pós-operatórias como pneumotórax, hemotórax e, principalmente, o temido tamponamento cardíaco.
Principais cuidados com os drenos de tórax e o monitoramento do sangramento no PO da cirurgia cardíaca
– Realizar ao menos uma radiografia de tórax no PO imediato e, se possível, uma diária em todo o período de UTI – o RX permitirá informações, além da trama vascular pulmonar, sobre o possível acúmulo de coleções em torno do pericárdio ou pleura não percebidos no intraoperatório;
– Documentar padrão da drenagem, frequência e aspecto do líquido – é um dos parâmetros mais importantes, e fundamentais no diagnóstico de um possível tamponamento cardíaco. Aplicada diante do contexto clínico do paciente, é a quantidade drenada um dos principais preditores da necessidade de reabordagem. Um tamponamento deverá ser explorado caso a drenagem ultrapasse:
- 500 mL na 1ª hora
- 400 mL na 2ª hora
- 300 mL na 3ª hora
- Ou 1200 mL nas 3ªs horas do POI
– Checar o funcionamento dos drenos – É importante observar a patência do dreno, se está oscilante, se há débito após mobilização, interrupção abrupta do fluxo, fixação adequada, nível correto de selo d’água;
– Checar a patência dos drenos – se drena muito é problema, mas e se drena pouco? O dreno pode estar obstruído, o que aumenta grandemente a chance de tamponamento! Na suspeita de obstrução e tamponamento, ordenhe!
– Curativos diários – devem ser mantidos sempre limpos e secos em torno dos drenos, evitando infecções no sítio, contaminação das pleuras e obstruções por coágulos.
Os critérios considerados para a retirada dos drenos no PO são:
• Fluxo de drenagem líquida menor de 150 ml/24 horas (2ml/kg/dia);
• De 12 a 24 horas após cessada a fuga aérea;
• Tempo máximo de 10 dias de drenagem, mesmo quando não resolvida a intercorrência pleural;
• Radiografia de tórax mostrando pulmões completamente expandidos e ausência de derrames cavitários;
• Pacientes com delirium hiperativo, com risco de saída acidental do dreno.
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