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Cirurgia3 novembro 2022

Novo guideline de cirurgia bariátrica é publicado pela CFM

A última diretriz internacional foi publicada em 1991. Desde então, houve um grande incremento nas formas e realização da cirurgia bariátrica.

Por Felipe Victer

A cirurgia bariátrica, continua sendo o melhor método para o tratamento da obesidade mórbida, com resultados mais duradouros e menores custos ao longo prazo. Atualmente para se realizar um procedimento bariátrico é fundamental que o pacientes se encaixe numa série de critérios estabelecidos por sociedades internacionais e corroborado pela AMB e CFM.  

A última diretriz internacional foi publicada em 1991 e, desde então, houve um grande incremento nas formas e realização da cirurgia, passando de uma cirurgia convencional, para uma cirurgia minimamente invasiva. Com o desenvolvimento da técnica houve também uma acentuada diminuição de morbidade associada ao procedimento e atualmente, a maior parte dos pacientes possuem alta no dia seguinte ao procedimento.  

clinical drops

O que continua igual

Mesmo com a melhora da técnica operatória e resultados, os protocolos atualmente aceitos no Brasil à cirurgia bariátrica continuam:

IMC > 40  

IMC entre 35 e 40 → com comorbidades associadas à obesidade 

IMC entre 30 e 35 → com DM tipo 2 sem controle há pelo menos dois anos.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, se reuniu em congresso em Salvador, na Bahia, a fim de atualizar estes protocolos baseados no novo guideline  publicado pela federação internacional de cirurgia bariátrica IFSO. 

O que muda 

Dentre as principais mudanças publicadas pela IFSO podemos destacar:

  • Cirurgia bariátrica é recomendada para pacientes com IMC > = 35kg/m2;
  • Cirurgia bariátrica pode ser considera em pacientes com sindrome metabólica e IMC entre 30 e 34,9 kg/m2; 
  • A população asiática possuem deve ter parâmetros de IMC mais baixos para a indicação de cirurgia de 27,5kg/m2, pois nesta populacão IMC > 25kg/m2, já pode ser considerado obesidade clínica;
  • A cirurgia metabólica e bariátrica já provou o seu benefício e segurança a longo prazo;
  • A população pediátrica e adolescentes, desde que adequadamente selecionados podem ser candidatos a realização de cirurgia bariátrica.

Com esses novos dados, os especialistas brasileiros irão formular um documento, que passará pela aprovação do CFM. Uma vez aprovado pelo CFM, ele seguirá para a análise do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para posteriormente ser incorporado na prática clínica brasileira. 

Infelizmente, o Brasil segue a mesma tendência mundial de aumento do número de pessoas obesas e, consequentemente, o concomitante aumento de pessoas sendo submetidas ao procedimento bariátrico. O diferencial negativo do Brasil é que a maior parte da população que necessita deste tipo de procedimento são usuários exclusivos da rede SUS, a qual é responsável pelo menor número de procedimentos bariátricos realizados no Brasil.  

A estimativa foi que, nos últimos cinco anos, foram realizadas 311.850 cirurgias bariátricas em todo o Brasil e apenas 44 mil realizadas pelo sistema SUS.  Com a ampliação das indicações poderá ocorrer um incremento ainda maior da fila do sistema SUS. 

Leia também: Estudo compara resultados a longo prazo de diferentes técnicas de cirurgia bariátrica

Mensagem prática

Essa atualização da IFSO, terá uma versão nacionalizada e possivelmente será aceita pelas autoridades relacionadas ao tema no Brasil. Porém não podemos esquecer que este tipo de procedimento deve também ser ampliado o acesso no sistema público para que a discrepância não se acentue ainda mais. Não podemos esquecer que ao tratar um obeso, estaremos evitando internações futuras por complicações diretamente relacionadas a obesidade de longa data, isto é sobrecarregando ainda mais o sistema.

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Referências bibliográficas

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