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Cirurgia14 junho 2023

Existem genótipos propensos à formação de pseudotumor em ressurfacing de quadril?

A variação no envolvimento celular, pode explicar por que a formação de pseudotumor é evidente em alguns pacientes e não em outros.

O estudo genético vem se expandindo e tendo cada vez mais aplicação inclusive na cirurgia ortopédica. Recentemente foram estudados genes que estavam envolvidos no processo de osteólise pós artroplastias de quadril, por exemplo. Entretanto, é importante lembrar que esses resultados variam bastante nas diferentes populações, sendo mais um fator a ser levado em consideração nas pesquisas genéticas.  Falando especificamente do pseudotumor femoral consequente a debris de metais de próteses, altos níveis de íons metálicos coordenam seu efeito através de macrófagos e as reações adversas em baixos níveis de íons de detritos metálicos são afetados através dos linfócitos T em um processo fisiologicamente semelhante a uma reação de hipersensibilidade. 

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Essa variação no envolvimento celular, que é determinado por genótipos específicos em diferentes níveis de íons metálicos, pode explicar por que a formação de pseudotumor é evidente em alguns pacientes e não em outros. Por esta razão, 

o papel do genótipo HLA na formação de pseudotumor devido a debris de metal devem ser mais investigados. 

Existem genótipos propensos à formação de pseudotumor em ressurfacing de quadril?

Existem genótipos propensos à formação de pseudotumor em ressurfacing de quadril?

Novo estudo 

Foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de estabelecer um conjunto de evidências em relação à predisposição genética com um estudo caso-controle investigando a associação entre o genótipo HLA e o desenvolvimento de pseudotumores periprotéticos em torno de ressurfacing de quadril metal sobre metal. 

Métodos 

Um estudo caso-controle combinado foi realizado usando dados coletados prospectivamente da base de dados de um hospital irlandês. Ao todo, 16 casos de ressurfacing foram identificados como tendo pseudotumores periprotéticos sintomáticos na ressonância magnética, e foram posteriormente confirmados histologicamente como de alto grau na cirurgia de revisão. 

 Controles foram pareados por tipo de implante na ausência de evidência de pseudotumor. Amostras de sangue de todos os casos e controles foram coletados prospectivamente para análise genética de alta resolução visando 11 loci HLA separados.  

Resultados 

Usando a classificação ALVAL, a maioria dos pseudotumores positivos foram 

de grau intermediário grupo 2 (n = 10; 63%) ou grupo 3 (n = 4; 25%) nos achados histológicos. Dois outros pacientes (13%) tiveram lesões do grupo 4. HLA-DQB1*05:03:01 (p = 0,0676) e HLA-DRB1*14:54:01 (p = 0,0676) e os alelos foram significativamente associados a um maior risco de formação de pseudotumor, enquanto os HLA-DQA1*03:01:01 (p = 0,0240), HLA-DRB1*04:04:01 (p = 0,0453), HLA-C*01:02:01 (p = 0,0453), e HLA-B* 27:05:02 (p = 0,0855) foram observados para conferir redução de risco. 

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Conclusão e mensagem prática 

Esses achados confirmam a associação entre genótipos HLA específicos e o risco de desenvolvimento de pseudotumor em torno de ressurfacing de quadril metal sobre metal. Especificamente, os dois alelos “em risco” (DQB1*05:03:01 e DRB1*14:54:01) podem ter valor clínico na triagem pré-operatória e tomada de decisão cirúrgica prospectiva. 

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Referências bibliográficas

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