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Com o uso cada vez mais frequente de marca-passos cardíacos, fez-se necessário criar alguma forma de comunicar o papel exato deste dispositivo em seus portadores, de forma simples e acessível aos médicos assistentes. Foi pensando nisso que instituições como a North American Society of Pacing and Eletrophisiology (NASPE) e o British Pacing and Eletrophisiology Group (BPEG) criaram o código ICHD para nomenclatura internacional dos modos de estimulação artificial cardíaca.
Código ICHD de cinco letras:
1. Câmara estimulada:
A: átrio
V: ventrículo
D: ambos (dupla câmara)
2. Câmara sentida:
A: átrio
V: ventrículo
D: ambos (dupla câmara)
O: nenhum
3. Resposta ao evento ou Modo de operação, representa o comportamento do aparelho frente a um sinal elétrico intrínseco do paciente:
T: deflagra MP
I: inibe MP
D: deflagra + inibe MP
O: nenhuma
4. Capacidades de programabilidade e se apresenta resposta à frequência cardíaca:
P: programável
M: multiprogramável
R: com resposta de frequência cardíaca
C: com telemetria
O: nenhuma
5. Presença ou não de funções antitaquicardia:
P: pacing
S: shock
D: ambos (pacing + shock)
O: nenhuma
Vale ressaltar, entretanto, que apesar de o código ICHD conter cinco letras, muito raramente são utilizadas as duas últimas letras!
E quais os modos de estimulação mais frequentes?
Existem muitas possibilidades de ajustes, combinando-se as diversas possibilidades de programação para cada função, mas existem algumas pré-configurações mais frequentemente utilizadas rotineiramente. São elas:
1. AAI: estimula o átrio, sente o átrio, e se inibe na presença de atividade atrial espontânea normal. Ultimamente, são pouco usados, reservados para pacientes com distúrbios do nó sinusal, mas sem alterações na condução atrioventricular.
2. VVI: estimula o ventrículo, sente o ventrículo, e se inibe na presença de atividade ventricular normal (mesmo extrassístoles).
OBS.: o modo VVI não respeita atividades atriais. Desta forma, pacientes com este tipo de programação estão susceptíveis à conhecida Síndrome do Marcapasso.
3. DDD: marcapasso dupla câmara, com detecção e estimulação atrioventricular, capaz tanto de deflagrar quanto inibir estímulos quando sente o batimento ventricular. É o modo de comando mais fisiológico, por permitir mais autonomia dos ritmos próprios do paciente, quando presentes e dentro da normalidade.
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