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Cirurgia14 julho 2025

Aspectos relacionados ao catéter de foley

Cateter de Foley é essencial na drenagem urinária, mas exige uso criterioso e manejo adequado para evitar infecções e complicações.
Por Jader Ricco

O cateter de Foley é um cateter urinário de longa permanência usado para drenagem da bexiga. Foi desenvolvido por Frederic Foley em 1937 e, desde então, tem sido um dispositivo essencial na medicina, com uso estimado em cerca de 100 milhões de pacientes ao ano. Sua indicação é ampla, podendo ser usado para mensuração de débito urinário em pacientes com choque, hiperplasias prostáticas graves, após cirurgias do trato urinário, em estenoses uretrais ou do meato ureteral, cirurgias de longa duração, dentre outros. 

A despeito da vasta utilidade e simplicidade na introdução, o cateter de Foley não é isento de riscos associados, como infecção do trato urinário, obstrução, espasmos da bexiga e dor associada. O conhecimento adequado do seu uso, desde a indicação correta, manejo até a retirada é fundamental para que ele cumpra a sua função sem danos à saúde do paciente. 

Em abril de 2025, um artigo publicado na JAMA Surgery apresentou orientações sobre o uso do cateter de Foley com o objetivo de minimizar os riscos associados ao cateter, abordando as indicações, técnicas de colocação, remoção e manutenção do cateter. 

catéter de foley

Entendendo o cateter  

O uso correto do cateter de Foley começa por sua indicação. Seu uso, em geral, está indicado quando o fluxo de saída da urina está afetado ou precisa ser redirecionado, como por exemplo, para permitir cicatrização de feridas abertas na região geniturinárias. 

A medida usada para o tamanho do cateter é o “French” (F), uma medida francesa que corresponde a 3 vezes a medida do diâmetro de todo o cateter. Dessa forma, um cateter de 18F tem 6mm de diâmetro.  

A maioria dos cateteres tem ponta reta, mas existem aqueles com pontas acotoveladas que são úteis para resistências maiores, como nos casos de hiperplasia prostática.  

Em relação ao material, basicamente existem cateter de látex e silicone. Os cateteres de látex são mais flexíveis, mas não podem ser usados em pacientes com alergia ou limitações ao uso de látex. Por outro lado, os cateteres de silicone, por serem mais rígidos, causam mais desconforto e irritação uretral. 

O cateter de Foley apresenta um balonete que deve ser insuflado na quantidade recomendada pelo fabricante e com água estéril. Existe uma possibilidade teórica de que outros fluidos podem levar à cristalização e rotura do balonete. 

No que se refere aos cuidados com o cateter, o paciente deve ser orientado a sempre deixar o coletor abaixo do nível da bexiga urinária e esvaziá-lo quando atingir a metade da capacidade. Em média, o cateter de Foley deve ser trocado há cada quatro semanas, em casos de longos períodos de uso, embora não haja recomendações específicas para isso.  

Problemas relacionados 

Apesar do manejo não ser complexo, o cateter de longa duração pode apresentar complicações como infecções do trato urinário (ITU) – risco de 98% de colonização da bexiga em 30 dias -, obstrução, desconforto, erosão uretral, e vazamento ao redor do cateter.  

Esses riscos associados a complicações podem ser reduzidos, como trocas periódicas do cateter e higiene local para redução de ITU. Urgência e vazamentos ocorrem com frequência e as medidas iniciais incluem avaliação de possível obstrução, cateter dobrado ou bolsa coletora acima do nível da bexiga. Em alguns casos, podem ser usados anticolinérgicos ou β-3 agonistas para aumentar a complacência da bexiga. A fixação do cateter auxilia no desconforto e ajuda a reduzir os riscos de erosão uretral. 

Mensagem prática 

O uso do cateter de Foley tem indicações específicas e só deve ser indicado nesses casos. A introdução desse cateter em situações desnecessárias, como em casos de incontinência urinária promove aumentos de riscos sem benefícios estabelecidos.  

Além disso, o manejo correto e o conhecimento dos ajustes necessários para minimizar as complicações são cruciais. O uso do cateter em menor tempo possível, estritamente enquanto ele é necessário, ajuda a reduzir os riscos associados. 

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Referências bibliográficas

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