Ao final da graduação, o período do internato se mostra um momento valioso em diversos sentidos. Aprendizados prévios são colocados em prática, novos conhecimentos são aprendidos e a percepção de ser médico começa a surgir de forma mais intensa.
Esse período também é marcado pela transição do aluno em formação para o jovem médico, muitas das vezes direcionado para o novo fluxo de uma especialização médica na residência.
Aqui surgem alguns pontos de reflexão, fundamentais para entender essa fase de transição e seus desafios, sendo o tema do nosso texto de hoje.
Novas responsabilidades
O entendimento da responsabilidade médica vai sendo construído nos diferentes ambientes do internato. Algo que ocorre desde o cuidado no atendimento supervisionado dos pacientes ambulatoriais, apoio em cirurgias e até mesmo nos procedimentos invasivos cotidianos.
O senso de responsabilidade surge e amadurece nas experiências práticas e no contato com o paciente, sendo uma habilidade fundamental para a capacitação e destaque do médico recém formado.
Levar essa mentalidade para a residência médica é um grande facilitador, uma vez que outra demandas complexas surgem, exigindo uma postura proativa e responsável.
Nesse sentido, é um grande erro perder as oportunidade de amadurecimento que o internato proporciona, podendo impactar diretamente na formação geral e caminhada do recém formado em sua especialização.
Novo ritmo e profundidade de estudo
Outro ponto interessante é a rotina de estudos. Sem dúvidas o ritmo de estudos no internato é bem diferente do ciclo básico da graduação, uma vez que as demandas práticas exigem um bom embasamento teórico.
Entretanto, as diversas atividades práticas exigem bastante dedicação e tempo do estudante, gerando um desafio de equilibrar o estudo teórico na rotina cotidiana.
A grande questão é que na residência, assim como no futuro da carreira médica, esse cenário não é diferente e até mesmo mais complexo. Organizar rotinas de enfermaria, plantões, sessões clínicas e atividades externas são um enorme desafio, que já podem ser fundamentados ainda no internato.
Essencial criar uma rotina de estudos desde o internato, algo que facilita a transição para a residência, tornando essa caminhada mais leve e organizada. Sendo possível uma gestão do tempo eficaz, evitando sobrecargas e impacto na vida social.
Amadurecimento médico e habilidades
Os pontos já citados são demandas naturais na formação médica, inerentes ao processo de formação, porém diversas habilidades são fundamentais para o bom desenvolvimento profissional, inclusive fora da medicina.
É difícil organizar uma rotina de estudos no internato e residência se não possui uma boa estrutura de atenção, foco e gestão de tempo, assim como é fundamental o trabalho em equipe e ferramentas de comunicação para vivência harmoniosa no meio médico.
Esses e outros pontos, fazem parte das hard e soft skills, habilidades essenciais para um melhor desempenho acadêmico e também pessoal.
Não falta espaço para esse amadurecimento no período do internato, momento rico para essa etapa de transição e aquisição de habilidades, algo que será aprimorado na residência e carreira médica, porém que não pode ser menosprezado.
Conclusão
Os desafios da graduação médica são diversos, porém se continuam em outras fases da vida médica, muitas das vezes de forma mais intensa e complexa.
Essencial observar as janelas de oportunidade para desenvolver e amadurecer habilidades técnicas e não técnicas, que permeiam o cotidiano prático da medicina.
O internato e sua transição para a residência médica se tornam um ponto de virada na formação, possibilitando oportunidade únicas de amadurecimento para aqueles que sabem aproveitar o potencial e riqueza desse período.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.