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Carreira20 novembro 2024

Prova de Residência Médica: Infectologia - Dengue

Relembre os pontos importantes para a prova sobre sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento da dengue
Por Raissa Moraes

As arboviroses frequentemente são temas cobrados na prova de residência médica. A dengue, até mesmo por ser a arbovirose mais comum na prática clínica, é a campeã de questões.

A palavra arbovirose deriva de arbovírus, que significa vírus transmitido por artrópodes, como mosquitos ou carrapatos. A dengue é transmitida pelo Aedes aegypti, um mosquito doméstico e que tem hábitos preferencialmente diurnos.

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Sinais e sintomas

A maior parte dos casos de dengue, em torno de 75%, são assintomáticos, e nos casos que apresentam manifestações clínicas, essas podem ter amplo espectro clínico. De uma forma geral, a primeira manifestação é a febre, que tem duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada a cefaleia, adinamia, mialgia e artralgia.

O paciente também pode apresentar náusea, inapetência, vômito e diarreia. Essa primeira fase é chamada de febril e está relacionada às manifestações inflamatórias causadas pela alta viremia.

Após a fase febril (entre 3 a 7 dias do inicio da doença), grande parte dos pacientes se recupera progressivamente. Porém, é nesse momento que os sinais de alarme podem aparecer. Eles resultam do aumento da permeabilidade vascular, o que marca o início de uma evolução desfavorável que pode evoluir para o choque.

Outro ponto relevante, e muito explorado nas provas de residência, é o exantema que pode acontecer em até metade dos pacientes. Ele é predominantemente maculopapular, pode ser pruriginoso e, em geral, surge na defervescência.

Tratamento

Não existe tratamento específico contra a dengue, sendo a hidratação adequada e o controle dos sintomas os pilares do tratamento atual. É muito debatido o que se deve fazer no caso de um paciente com suspeita de dengue. Entretanto, também é fundamental saber o que não fazer.

Existem medicações que podem fazer com que o paciente evolua de forma desfavorável pela interferência na cascata de coagulação, como é o caso dos salicilatos, antiinflamatórios não esteroidais e corticoides.

Em algumas situações, como angioplastia coronariana, fibrilação atrial aguda, uso de prótese cardíaca metálica, a despeito da trombocitopenia, o risco de complicações trombóticas pode ser maior que o de sangramento. Nesses casos, a manutenção ou início de antiagregantes plaquetários, salicilatos e anticoagulantes deve ser avaliado levando-se em consideração o risco de trombose, a plaquetometria do paciente e a possibilidade de observação do paciente em leito hospitalar.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença pode ser feito por três metodologias: sorologia, RT-PCR e NS1.

  • Sorologia: metodologia mais utilizada. Detecta os anticorpos IgM e IgG e recomenda-se sua utilização a partir do sexto dia de doença
  • RT-PCR: indicado até o quinto dia de doença. É o único capaz de identificar o subtipo responsável pelo quadro.
  • NS1: também indicado até o quinto dia de doença e detecta a proteína NS1 viral.

Um grande desafio na prática clínica é diferenciar dengue de outras arboviroses, o que acaba também sendo cobrado em algumas provas de residência.

Com uma nova arbovirose tendo chegado ao Brasil, a febre de Oropouche, isso pode ser bastante explorado a partir de agora.

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