Definitivamente esse é um tema que merece atenção para prova de residência e ao longo da vida profissional. Questões sobre HIV/AIDS podem se enquadrar na sessão específica de infectologia, mas também podem se apresentar em clínica médica, ginecologia-obstetrícia, pediatria, medicina preventiva, entre outras.
Mimetizando a vida real, em que, não importa a especialidade escolhida, invariavelmente o médico atenderá alguém que vive com HIV em algum momento. Sendo um tema tão vasto, focaremos os tópicos que mais são explorados nas provas de residência.
Doenças oportunistas
Neurotoxoplasmose
A toxoplasmose é a causa mais comum de lesão expansiva em pessoas vivendo com HIV e AIDS com CD4 menor que 200 células/mm3 e, assim, acaba sendo tema muito explorado nas provas.
As manifestações clínicas variam de acordo com a topografia da lesão cerebral e costumam ter um curso subagudo. O diagnóstico definitivo é por histopatologia, porém, na prática clínica diária, a presunção diagnóstica é feita pela presença de manifestações clínicas e radiológicas compatíveis, associadas à adequada resposta após 14 dias de tratamento.
Na tomografia computadorizada de crânico, tipicamente se observam uma ou mais lesões cerebrais, hipodensas, com realce anelar ou nodular após a injeção do contraste, associadas a edema perilesional.
Leia mais: Sintomas neurológicos e m paciente HIV positivo: 6 pontos para o diagnóstico
Pneumocistose
Já a pneumocistose é a causa mais comum de doença pulmonar oportunista em pessoas vivendo com HIV e AIDS com CD4 menor que 200 células/mm3.
Não há características clínicas ou imagens radiológicas específicas de pneumocistose e o diagnóstico da doença também costuma ser presuntivo e baseado em dados clínicos (febre, tosse seca e dispneia), laboratoriais (aumento de desidrogenase lática sérica e hipoxemia).
Leia mais: Pneumocistose: você sabe diagnosticar?
Tuberculose
A tuberculose é a doença infecciosa com a maior mortalidade entre pessoas vivendo com HIV e AIDS, além de ser uma infecção de alta prevalêcia nessa população.
O mais cobrado nas provas, e que não podemos esquecer na nossa vida profissional, é justamente essa relação HIV – Tuberculose. Sempre que um diagnóstico de HIV for feito, necessariamente devemos investigar tuberculose e, se diagnosticarmos um paciente com tuberculose, devemos sempre pedir um teste de HIV.
Leia mais: HIV: conheça as infecções oportunistas e como combatê-las
Profilaxia pré exposição ao HIV (PREP)
A PREP consiste na tomada de comprimidos que contém a combinação de emtricitabina e tenofovir antes da relação sexual, visando a prevenção da infecção pelo HIV.
É bastante explorado em provas as duas diferentes modalidades de realizar essa prevenção:
- Diária: é realizada tomada diária dos comprimidos, de forma contínua, indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV.
- Sob demanda: o paciente realiza a tomada de 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual, depois 1 comprimido 24 horas após a dose inicial de dois comprimidos, e depois mais 1 comprimido 24 horas após a segunda dose. O esquema sob demanda necessita de um planjamento/previsibilidade da relação sexual e é indicado para pessoas que tenham relação sexual com frequência menor do que duas vezes por semana.
Leia mais: Ministério da Saúde promove ampliação do acesso a PrEP e PEP
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.