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Carreira24 março 2025

Os seis erros do médico jovem na hora de buscar o melhor emprego

Por Bruno Lagoeiro

Cerca de 35 mil estudantes concluíram o curso de medicina e entraram no mercado de trabalho no Brasil em 2023, com a previsão de que esse número deve ultrapassar os 40 mil egressos nos próximos anos. Segundo a Demografia Médica do CFM 2024, o país conta com 389 escolas médicas – a segunda maior quantidade do mundo.

Esses números deixam claro que o mercado de trabalho na medicina está cada vez mais competitivo. Além dos recém-formados, milhares de residentes concluem suas especializações anualmente. Então, surge aquela pergunta inevitável: me formei, e agora?

O que torna essa transição de “acadêmico” para “profissional” particularmente desafiadora para os médicos é o suporte que eles recebem em suas rotinas acadêmicas. Durante a graduação e a residência, a carga horária é definida, e as atividades são orientadas por professores e preceptores. De repente, esse suporte desaparece, e o jovem médico passa a ser um profissional liberal autônomo, com total liberdade para decidir seu caminho e suas condutas. Para alguns, essa liberdade é empolgante; para outros, pode ser assustadora e com alguns erros de principiantes.

Abaixo você confere os seis erros mais comuns que o jovem médico comete ao se lançar no mercado de trabalho – e como evitá-los:

  1. Recusar-se a procurar uma maior rede de relacionamentos: Médicos jovens tendem a seguir a rede já conhecida de opções de trabalho. Isto muitas vezes gera uma escolha pouco sábia, e, principalmente, pelo o que é mais familiar, ou seguro. Geralmente isto conduz a um arrependimento pela insatisfação ou frustação de não estar fazendo algo que ele realmente se enquadra. O mais importante é saber que tipo de trabalho você quer fazer e com quem você quer trabalhar. Como evitar esse erro: Invista em novas conexões, participe de eventos da área e mantenha-se aberto a oportunidades diferentes. Pergunte a si mesmo: “Que tipo de trabalho e ambiente eu realmente desejo?”
  2. Iniciar a busca por oportunidades tarde demais: Adiar a procura por uma vaga ideal é um erro comum, especialmente entre os residentes. Muitas vezes as jornadas de atividades de formação impedem a dedicação de tempo a procurar oportunidades de trabalho e essa preocupação acaba ficando para o fim da residência. Como evitar esse erro: Comece a procurar o melhor local para trabalhar com 12 a 18 meses de antecedência do fim da especialização. Dessa forma, você terá mais tempo para encontrar a vaga que realmente se encaixa com suas expectativas e evitará frustrações no final da especialização.
  3. Desconsiderar oportunidades fora dos grandes centros: Colocar-se a disposição de uma vaga ou entrar como especialista no interior pode aumentar as chances de sucesso e satisfação pessoal. Grandes áreas metropolitanas tendem a acumular médicos que já dominam o cenário, sendo assim uma concorrência muito mais difícil se você já não está trabalhando com alguém mais experiente. No interior, muitas vezes não tão distante de um grande centro, pode-se encontrar um excelente oceano azul para iniciar a sua especialidade. Como evitar esse erro: Explore oportunidades no interior ou em cidades menores. Muitas vezes, esses lugares oferecem um cenário promissor para iniciar sua especialidade, com menos competição e melhores condições de trabalho.
  4. Não compreender os prós e os contras de trabalhar em um hospital: Muitos médicos jovens preferem iniciar suas carreiras trabalhando em grandes redes de hospitais. Essa preferência baseia-se não só no contexto de segurança para médico, como também na possibilidade conhecer equipes de outros médicos com quem possa trabalhar. Porém, essa sensação de segurança muitas vezes vem a custa de altas cobranças, responsabilidades institucionais, competitividade entre funcionários e necessidade constante de provar-se como profissional, exatamente como em um ambiente executivo. Este ambiente muitas vezes não é familiar aos estudantes de medicina e residentes. Como evitar esse erro: Converse com profissionais que já atuam nesses hospitais para entender melhor as reais condições de trabalho. Assim, você poderá avaliar se esse ambiente está alinhado com suas expectativas e objetivos.
  5. Aceitar a primeira oferta que aparece: Essa é uma das principais causas de insatisfação do médico jovem com o seu primeiro emprego. Aceitar uma oferta de trabalho sem conhecer previamente os prós e contras do local pode desencadear decepção. Como evitar esse erro: Reserve um tempo para avaliar a oportunidade de emprego de ângulos diferentes. O ideal é conversar com outras pessoas que já trabalham na empresa, buscar informações e recomendações.
  6. Não negociar os pontos-chaves do contrato: Médicos não costumam aprender sobre negociação de contratos na faculdade e na especialização. Além disso, a ansiedade por fechar uma proposta de emprego pode fazer com que o médico não busque os benefícios desejados e as melhores possibilidades de ascensão profissional no novo emprego. Como evitar esse erro: Leia atentamente o contrato, revise os principais pontos e, se possível, consulte um advogado para garantir que seus direitos e interesses estejam bem protegidos.

Os primeiros anos como médico ou especialista irão influenciar na carreira que será construída. Escolher um caminho para iniciar a jornada para o sucesso é cheio de riscos e falsas oportunidades.

É preciso ter atenção ao que vai de encontro com seus interesses pessoais e profissionais. Muitas vezes uma oferta mais valiosa não significa ganhar mais dinheiro, mas sim ascensão profissional ou qualidade de vida.

Insatisfação profissional é um dos grandes males do século XXI. Plantar as sementes dos frutos que você deseja colher é a melhor maneira para conseguir realizar-se profissionalmente.

E você, já refletiu sobre quais dessas estratégias pode aplicar na sua busca pelo emprego ideal? Ou já passou por alguma decisão errada no seu começo de carreira?

 

# Texto atualizado pela editora-médica Juliana Karpinski.

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Referências bibliográficas

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