Agenda lotada, pilhas de prontuários, pacientes que não aparecem na consulta, obrigações administrativas sem fim. Em que momento a rotina médica virou mais sobre digitar e organizar agenda do que sobre atender pacientes? Como a burocracia ganhou mais atenção do que o próprio paciente?
Pesquisas mostram que, para cada hora de atendimento, médicos passam quase o dobro do tempo registrando informações e preenchendo documentos. Apenas 27% do tempo é, de fato, dedicado à interação com o paciente. Dentro da consulta, 37% do tempo é destinado ao prontuário eletrônico, encurtando o espaço para ouvir e observar o paciente com calma.
Mas isso já começou a mudar. A inteligência artificial (IA) transformou a forma como buscamos conhecimento, estudamos novos tratamentos, prescrevemos e acompanhamos avanços na medicina. Agora está ajudando a reorganizar o dia a dia no consultório, devolvendo ao médico o tempo para ser… médico.
É natural que ela também passe a fazer cada vez mais parte da rotina nos consultórios. Como explica a especialista médica da Afya, Dra. Dayanna Quintanilha, “a ideia é aproveitar as funcionalidades da IA como suporte para o médico, ela não substitui o raciocínio clínico e a condução do caso. É importante que a adaptação a essas ferramentas seja feita de forma gradual, para entendermos seu funcionamento, ajudas e limitações, sem prejudicar o andamento das consultas.”
O diretor médico da Afya, Dr. Ronaldo Gismondi, também completa que os recursos disponibilizados pela IA já fazem parte da medicina. “O ideal é aprender quais IAs podem ser úteis para você, quais são seguras e como elas podem automatizar tarefas, trazendo ganho de tempo, de eficiência e redução de erros.”
Assistente inteligente integrado ao prontuário
Um assistente inteligente integrado ao prontuário é um exemplo de ferramenta que pode oferecer recursos da inteligência artificial para facilitar a vida do médico no consultório. Ele funciona como um copiloto durante a consulta que transcreve a conversa entre médico e paciente, estrutura as informações em formato de prontuário, sugere resumos que podem ser editados e ainda prevê faltas de pacientes.
Para a Dra. Dayanna, recursos assim ajudam o médico a não precisar dividir sua atenção entre paciente e computador, mantendo o foco na escuta, na decisão clínica e evitando esquecer informações importantes. “Eu sou uma pessoa bastante detalhista, gosto de registrar e anotar cada detalhe. Ter a possibilidade de um registro bruto fornecido por um assistente inteligente de prontuário e comparar com os pontos importantes que ressaltei nas minhas anotações pode enriquecer a história que coletei na anamnese.”
Além de agilizar tarefas, a inteligência artificial também pode melhorar as decisões do médico durante a consulta. “Quando se usam IAs com uma base de dados pré-definida, ela pode funcionar como uma curadoria, trazendo informações ao médico e ajudando ele a conferir eventuais erros ou desatenções”, explica Dr. Ronaldo.
A seguir você confere algumas vantagens que o uso desse tipo de inteligência artificial para otimização das tarefas no consultório já vem trazendo para a prática médica, segundo estudos:
- Aprimorar as tarefas administrativas e o fluxo de trabalho: o uso de um assistente inteligente integrado ao prontuário está associados a maior eficiência dos médicos e a redução do tempo gasto em anotações e resumos.
- Reduzir o risco de esgotamento profissional dos médicos: assistentes inteligentes contribuem para reduzir a percepção de sobrecarga mental da documentação, tanto registrando detalhes difíceis de lembrar, quanto eliminando a tarefa de fazer anotações do zero.
- Melhorar a satisfação do paciente e a qualidade do atendimento: os recursos da inteligência artificial integrados ao prontuário permitem que médicos se envolvam mais com o paciente sem a distração da digitação, aumentando o engajamento.
iClinic Assist: elimina até 40% das tarefas manuais no consultório
O iClinic Assist é um exemplo real de como a IA já está transformando o consultório. O primeiro assistente inteligente integrado ao sistema de gestão que automatiza tarefas antes, durante e depois de cada consulta. Na prática, isso significa que o médico não precisa mais dividir sua atenção entre o paciente e o teclado. A redução da carga manual chega a cerca de 40% da rotina, liberando espaço para consultas mais calmas e focadas.
“Há uma redução do tempo que o médico precisa ficar revendo informações antigas e do tempo que o médico gastaria escrevendo ou digitando. Isso permite realizar uma consulta com mais calma, e ficar mais tempo ‘olho no olho’ do paciente”, explica Dr. Ronaldo.
Para quem vive com a agenda apertada, isso significa ter produtividade sem deixar de lado a qualidade do atendimento. Como diz a Dra. Dayanna, o iClinic Assist pode ajudar o médico a poupar energia com tarefas burocráticas e repetitivas e a ganhar tempo para dedicar ao que de fato importa na consulta, resultando em mais qualidade no atendimento.
“Um dos grandes problemas na nossa rotina como médico hoje é falta de tempo. Isso pra mim é complexo porque acredito muito na importância da conexão com o paciente e sua história para conseguirmos evoluir no acompanhamento. Acontece que com frequência fico horas no computador fechando evoluções e prescrições e tendo que correr durante atendimento em si”, exemplifica a Dra. Dayanna.
Confira alguns recursos que podem ser encontrados no iClinic Assist para otimização das tarefas no consultório:
Alerta de faltas: podem ajudar a identificar pacientes com maior chance de não comparecer a consulta e sugerem ações preventivas, permitindo que o médico atue de forma estratégica e aumentando a taxa de comparecimento.
Resumo otimizado: contar com o resumo das últimas consultas é um recurso ideal para médicos que atendem pacientes recorrentes. Eles perdem menos tempo lendo documentos e direcionam esse tempo para focar na consulta.
Transcrição resumida da consulta: essa funcionalidade registra a conversa com o paciente em tempo real e a transforma em um prontuário clínico estruturado, transformando o diálogo dentro do consultório em um prontuário clínico completo.
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