Logotipo Afya
Anúncio
Carreira12 dezembro 2025

Economia da atenção no estudante médico: resgate do foco e sentido do aprendizado

Em meio à avalanche de estímulos digitais, a Afya aposta em uma metodologia que devolve profundidade e propósito à formação médica
Por Redação Afya

Na era da hiperconectividade, em que notificações, vídeos curtos e múltiplas abas disputam a concentração a cada minuto, a atenção tornou-se um bem escasso – e, diga-se, muito valioso. No campo da medicina, isso se traduz em um desafio crescente: como formar médicos capazes de raciocinar com profundidade, desenvolver empatia e construir saberes complexos em um mundo dominado pela dispersão?

É a partir dessa inquietação que surge a Pós 2.0 Afya, um programa que propõe repensar o ensino médico sob a ótica da economia da atenção. A proposta é simples, mas ambiciosa: fazer com que o estudante volte a se engajar genuinamente com o aprendizado, transformando a informação em sabedoria clínica.

“O excesso de estímulos e a hiperconectividade afetam profundamente o aprendizado dos estudantes. A aceleração e a fragmentação impostas pelas formas tecnológicas de vida reduzem o tempo necessário para a elaboração de pensamentos profundos, fazendo com que o cérebro se acostume a processar informações de modo rápido e superficial”, explica Gustavo Ribeiro, coordenador de conteúdo da Pós 2.0 Afya.

Segundo ele, esse ritmo intenso e a sobrecarga de dados comprometem o desenvolvimento de competências essenciais à medicina, como o raciocínio clínico, a empatia e a capacidade de reflexão. “A dispersão empobrece os processos cognitivos, levando o estudante a se tornar um consumidor passivo e acrítico das informações”, completa.

Uma pedagogia do foco e do sentido

A Afya reconhece que, diante da abundância informacional, ensinar é também um ato de curadoria e de mediação da atenção. Por isso, o programa Pós 2.0 foi desenhado para criar ambientes de aprendizagem que combinam estímulo, diálogo e profundidade.

Na prática, isso significa substituir a lógica linear e hierárquica do ensino tradicional por uma estrutura dinâmica e descentralizada. O aluno percorre trilhas temáticas personalizadas, que conectam teoria, prática e ética, sempre com o apoio ativo do professor, que deixa de ser apenas transmissor de conteúdo para tornar-se “facilitador de conexões”.

“A economia da atenção na educação médica exige métodos que promovam foco ativo e reflexivo, alinhado à construção de conhecimento significativo, e não à mera repetição de dados”, explica Rodrigo Ladeira, gerente de Ensino da Afya Educação Continuada e idealizador da Pós 2.0.

Segundo ele, o objetivo é respeitar o tempo e a curiosidade natural do médico em formação, permitindo que o aprendizado aconteça de forma orgânica, conectada à prática clínica e sustentada pela reflexão. “A Pós 2.0 foi pensada para honrar as singularidades do aprendiz, promovendo experiências que respeitam seu ritmo e estimulam insights genuínos”, afirma.

Entre o digital e o humano

Na busca pelo equilíbrio entre tecnologia e contato humano, a Pós 2.0 aposta em experiências híbridas. Recursos digitais e atividades presenciais se complementam, criando uma continuidade entre o estudo individual e o coletivo.

O design dos conteúdos – curtos, interativos e visualmente estimulantes – dialoga com o perfil contemporâneo do estudante, sem abrir mão da profundidade. “Nosso desafio é combinar a agilidade da forma digital com a lentidão produtiva do pensamento profundo”, destaca Ribeiro.

Essa proposta reflete uma convicção comum aos dois educadores: a tecnologia deve servir à formação, não à dispersão. A intenção é que o estudante use o digital como meio para ampliar o olhar e não para fragmentá-lo. “A tecnologia oferece ferramentas indispensáveis à prática médica, mas é o contato humano que preserva o essencial no ato de aprender: a capacidade de pensar criticamente, com empatia e criatividade”, complementa.

Aprendizado que vira experiência

Para além do conteúdo, o foco da Pós 2.0 está em transformar o aprendizado em experiência, conceito que se traduz tanto na vivência clínica quanto no diálogo entre pares. “O engajamento sustentável nasce da conexão real do conteúdo com a prática e com a ética. É nessa relação que o aprendizado se torna significativo e duradouro”, afirma Ladeira.

Ele explica que, ao contrário dos modelos tradicionais que valorizam o acúmulo de informações, a Pós 2.0 aposta no que chama de sabedoria clínica: um tipo de conhecimento que integra razão, experiência e sensibilidade. “Queremos que o estudante recupere o sentido profundo do aprender, aquele que vai além da informação e se transforma em sabedoria aplicada à prática médica”, resume.

Atenção como prática ética

Ao final, a economia da atenção aplicada à educação médica revela algo maior do que uma mudança metodológica: é um compromisso ético. Cuidar da atenção do estudante é, em última instância, cuidar da qualidade do cuidado que ele oferecerá no futuro.

“Quando o aluno aprende a concentrar-se, a refletir e a compreender o outro, ele não apenas melhora seu desempenho acadêmico, ele se torna um médico mais humano”, conclui Ladeira.

Autoria

Foto de Redação Afya

Redação Afya

Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Pós-graduação