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Carreira24 novembro 2025

Como estudar para as provas de medicina respondendo questões?

Estudo por resumos ajuda no início da faculdade, mas com foco na residência, treinar com questões é a melhor estratégia. Saiba mais!

Ao longo da faculdade de medicina, cada estudante vai descobrindo o seu jeito de estudar. Normalmente no começo, é comum ver cadernos cheios de anotações coloridas, marca-textos a todo vapor e resumos feitos com capricho, sejam eles no bom e velho caderno ou nos tecnológicos tablets. Esse tipo de hábito de estudo funciona bem nos primeiros ciclos, quando o objetivo é começar a construir uma base sólida de conhecimento.

Mas, à medida que os ciclos vão passando e o foco do aluno se volta para as provas, principalmente quando a pressão da preparação para a residência começa a aparecer no horizonte. É aí que o estudo por questões ganha espaço e se torna uma boa escolha para a reta final da graduação. Mas como fazer isso?

Para entender melhor como usar, de forma inteligente, as questões no estudo, conversamos com o médico de família e comunidade, professor e editor da Afya, Dr. Marcelo Gobbo Jr. Com base na sua experiência como aluno e educador, ele compartilhou orientações para quem quer usar as questões como ferramenta de aprendizado.

Durante a sua graduação, Dr. Marcelo usava os resumos como principal forma de estudo. Hoje, com o olhar de quem ensina, ele ressalta o valor das questões não apenas como um treino para o dia da prova, mas como uma ferramenta útil para reforçar o que está sendo aprendido.

Foco no objetivo de estudo

Uma das principais dúvidas de quem está começando a usar esse tipo de estratégia é saber qual o momento certo para colocar as questões como prioridade nos estudos. Essa decisão deve ser ajustada à etapa em que cada estudante se encontra dentro da graduação ou após o fim dela.

Dr. Marcelo explica que tudo depende do objetivo de quem está estudando. No começo, o estudante ainda está formando a base de informações, então faz sentido apostar em métodos mais tradicionais, como leitura com grifos, anotações das aulas e resumos organizados por tema. “Nos primeiros anos, o ideal é usar questões temáticas, mais alinhadas com o conteúdo que está sendo aprendido na teoria. Isso ajuda a firmar as bases cognitivas e o entendimento dos assuntos”, orienta.

Já nos ciclos finais, ou quando o objetivo passa a ser a preparação para provas como a residência médica ou algum concurso, é hora de intensificar o uso das questões. Dr. Marcelo recomenda uma abordagem ampla, com simulados completos, questões misturadas e o cronômetro ligado. Esse tipo de estudo ajuda a resgatar conteúdos já estudados, treinar a memória e acostumar o cérebro com a lógica das bancas e com a pressão do tempo.

 

Vantagens de estudar por questões

Um dos benefícios do estudo por questões é que ao errar a resposta de uma pergunta, esse modelo de estudo mostra o que você sabe de verdade. É um método que vai fazer com que o estudante identifique as falhas de raciocínio e direcione o tempo e a atenção para revisar temas que não foram tão bem assimilados, e talvez você nem sabia disso.

Dr. Marcelo, reforça que esse método exige mais do que apenas leitura passiva. “O estudante tem que raciocinar, lembrar de conceitos, associar temas. Isso exige um esforço cognitivo que ajuda a fixar o conteúdo”, explica.  Além disso, é uma forma de treinar habilidades específicas que são exigidas nas provas, como interpretar enunciados, lidar com alternativas confusas, manter o foco sob pressão de tempo e familiaridade com o estilo da banca examinadora.

Outra vantagem é que as questões tornam o estudo mais dinâmico. Pode ser cansativo abrir um livro no fim de um dia puxado de internato, mas resolver um bloco de questões, com correção ativa, pode se tornar uma forma mais leve de continuar aprendendo, mesmo quando o raciocínio já está reduzido depois do longo dia.

Leia mais: Calendário de Residência Médica 2025/2026

Por onde começar?

Se você está se perguntando como incluir a resolução de questões na sua rotina de estudos e não sabe como começar, Dr. Marcelo tem algumas sugestões. E a primeira delas é começar por metas reais. “Tente manter metas fixas de questões por dia, organizando por áreas e por ordem de dificuldade. Priorize os temas de maior incidência e que tenha mais dificuldade e depois vá evoluindo no seu cronograma”, sugere.

É importante respeitar sua rotina e ter constância. Não adianta colocar metas muito complexas porque provavelmente elas vão levar a frustração. São as pequenas metas diárias ou semanais, adaptadas à realidade de tempo de estudo disponível, que ajudam a manter o ritmo. “Você não precisa resolver mil questões por semana. Mas precisa ter um número coerente com o seu tempo e que te ajude a manter a regularidade. Melhor 50 minutos bem aproveitados do que quatro horas mal estudadas”, aconselha.

Outro ponto a ser considerado é que não basta resolver uma questão e seguir para as próximas. Cada alternativa deve ser considerada como um motivo para rever o conteúdo. Se errar, volte ao tema e revise. Esse ciclo de questão, revisão, reforço é o que transforma o método em algo que vai melhorar os seus resultados de estudo.

Autoria

Foto de Juliana Karpinski

Juliana Karpinski

Editora médica assistente de Carreira da Afya. Médica e Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). MBA em Gestão Estratégica pela UFPR.

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