Médico alergista: desafios e caminhos de carreira

O médico alergista ou alergologista é o responsável por investigar, diagnosticar e tratar alergias ou disfunções do sistema imunológico, além de trabalhar na prevenção dessas condições.  

Dia 14 de dezembro comemora-se o dia do médico alergista e convidamos a Dra. Bárbara Reis, médica formada pela Universidade Estácio de Sá, para explicar os detalhes da especialidade em alergia e imunologia. Bárbara fez residência médica em pediatria no Hospital Universitário Pedro Ernesto e residência em alergia e imunologia pediátrica no Instituto Figueira Fernandes (IFF/FIOCRUZ). A especialista é Mestre e Doutoranda em Saúde Materno Infantil pelo IFF/FIOCRUZ. 

Formação 

Para se tornar um médico alergista, o profissional deve realizar a residência médica em clínica médica ou pediatria. Após isso, o médico se especializa em alergia e imunologia por meio de programas de residência ou pós-graduação. Dra. Bárbara relata que o mais comum é que os serviços contemplem atendimentos a adultos e crianças, mas, em alguns lugares, como no IFF/FIOCRUZ, o atendimento é exclusivo para crianças.  

Oportunidades de carreira 

A especialidade em alergia e imunologia está em constante desenvolvimento e possui diversas oportunidades em áreas diferentes. O profissional pode atuar em consultórios particulares e clínicas especializadas, hospitais, centros médicos, e até na indústria farmacêutica, no desenvolvimento de medicamentos para alergias.  

O médico ainda pode escolher focar em condições específicas como alergia alimentar, alergia a drogas, urticária crônica, dermatite atópica e dermatite de contato. Além disso, ele pode se dedicar à pesquisa científica, ao ensino e à docência, ou ainda trabalhar com saúde pública. 

Desafios da rotina 

Para a Dra. Bárbara Reis, um dos maiores desafios da carreira é a grande quantidade de mitos envolvidos na alergia, o que pode tornar difícil a compreensão do paciente sobre as orientações do médico. Além disso, devido a frequência das doenças alérgica, muitos pacientes recorrem a médicos não especialistas que muitas vezes orientam o manejo de forma equivocada e com risco de iatrogenia. 

O médico alergista ainda precisa lidar com o desafio de atender pacientes com múltiplas condições associadas e com a necessidade de prescrever um tratamento personalizado pois as reações a medicamentos e terapias varia muito entre os pacientes.  

Alergista pediátrico x Alergista clínico 

O médico alergista pode escolher entre atender crianças exclusivamente ou atender adulto também. A Dra. Bárbara Reis conta que para ela ainda há uma grande diferença entre a atuação do alergista pediátrico e a dos profissionais que atendem adultos: “As doenças mais relevantes não são as mesmas para os dois grupos e existem muitos detalhes e especificidades que se aplicam ao atendimento de crianças. Além disso, o atendimento de crianças demanda um certo cuidado, carinho e compreensão, não é viável ter a expectativa de atender crianças como adultos.”  

A especialista ainda destaca que a proximidade com a pediatria geral e o maior conhecimento na área facilitam o entendimento do contexto do paciente e consequentemente auxilia no manejo clínico.  

Portanto, o alergista pediátrico lida com condições mais comuns em crianças e precisa considerar o desenvolvimento dela no diagnóstico e no tratamento. Já o profissional que atende adultos cuida de doenças alérgicas mais persistentes frequentemente associadas ao envelhecimento e a outras comorbidades. 

Tecnologia  

A tecnologia pode ser uma grande aliada na atuação do médico alergista, considerando os avanços na área de diagnóstico molecular de alergias e nos tratamentos voltados para medicina de precisão. Além disso, a inteligência artificial tem trazido mais agilidade e assertividade.

Perspectivas para a especialidade 

Segundo a Dra. Bárbara, as perspectivas para a especialidade de alergia e imunologia são amplas. Para ela, a tecnologia estará cada vez mais presente na atuação do alergista, com métodos diagnósticos mais sensíveis e específicos e tratamentos mais precisos que ajudarão a melhorar a qualidade de vida tanto dos pacientes quanto dos médicos.  

A criação de novos medicamentos e os avanços na imunoterapia personalidade e na medicina de precisão também são destaques que tornam o futuro do alergologista promissor.  

Caso 

Para a especialista Bárbara Reis, um dos casos mais marcantes são os atendimentos de dermatite atópica grave em crianças. Segundo a médica, “orientar o tratamento e ver a melhoria na qualidade de vida de crianças que por vezes sequer dormiam e se feriam de tanto coçar, é extremamente emocionante e recompensador.  

Conclusão  

O médico alergologista é extremamente importante para a promoção da saúde e da qualidade de vidas dos pacientes. É uma especialidade delicada que exige conhecimentos específicos e habilidades interpessoais para lidar com os diagnósticos e tratamentos singulares.  

A carreira nessa área é promissora, pois, à medida que a medicina evoluiu, o alergista continua sendo um profissional essencial para o bem-estar da população.