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Cardiologia22 fevereiro 2018

Valva aórtica quadricúspide: quais exames são úteis para identificar essa rara entidade?

Maria, 57a, em avaliação pré-operatória de troca valvar aórtica por insuficiência importante. Submetida à cineangiocoronariografia incompleta por não ser possível a cateterização da coronária esquerda…

Maria, 57a, em avaliação pré-operatória de troca valvar aórtica por insuficiência importante. Submetida à cineangiocoronariografia incompleta por não ser possível a cateterização da coronária esquerda devido à dilatação da raiz aórtica. Encaminhada para Angiotomografia para estudo das coronárias, sendo identificada valva aórtica quadricúspide e coronárias normais, com o tronco da coronária esquerda emergindo na transição do seio coronário esquerdo com a válvula supranumerária.

A valva aórtica quadricúspide é uma anomalia congênita rara, com incidência de 0.00028-0.00033% em estudos de autópsia e 0,059-0,0065% em pacientes submetidos a ecocardiografia. Frequentemente encontrada isoladamente, pode ser associada a anomalias congênitas em até ¼ dos pacientes, destacando-se o implante anomal dos óstios coronarianos.

Primordialmente identificada através do ecocardiograma transtorácico, no qual se observa o padrão do eixo curto da valva aórtica em X ao invés do padrão habitual em Y da valva normal. Está associada a insuficiência valvar que se desenvolve ou intensifica principalmente a partir da quarta e quinta décadas de vida.

Caracterização da morfologia valvar aórtica pela angiotomografia cardíaca: à esquerda a valva aórtica quadricúspide e à direita a valva aórtica normal (trivalvular). Note a importância da determinação do óstio do tronco da coronária esquerda, orientando o cirurgião para prevenção de complicações em procedimentos de troca valvar.

O Ecocardiograma transesofágico e a ressonância magnética são metodologias de excelente acurácia para a caracterização anatômica dessa anomalia, quando o ecocardiograma transtorácico for insuficiente ou persistir dúvida diagnóstica.

A angiotomografia cardíaca também constitui uma excelente opção para o estudo da morfologia valvar, graças à excelente resolução espacial. Fornece informações adicionais sobre aterosclerose coronariana e diâmetros da aorta. Tem especial valor nos pacientes com insuficiência aórtica com indicação de cirurgia valvar por permitir caracterizar os óstios coronarianos e sua correlação com as cúspides no sentido de prevenir obstrução da coronária no momento da troca ou plastica valvar.

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