Logotipo Afya
Anúncio
Cardiologia10 março 2017

Síncope: 13 keypoints sobre a nova diretriz

O American College of Cardiology (ACC), em conjunto com o AHA e a HRS, publicou ontem uma nova diretriz para avaliação e manejo de pacientes com síncope.

Por Bruno Lagoeiro

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O American College of Cardiology (ACC), em conjunto com a American Heart Association (AHA) e a Heart Rhythm Society (HRS), publicou ontem uma nova diretriz para avaliação e manejo de pacientes com síncope.

Síncope, ou desmaio, é uma apresentação muito comum no dia a dia do atendimento em unidades de emergência. Ela é desencadeada pela redução do suprimento e aporte de oxigênio para o cérebro, sendo causada por vários mecanismos. O conhecimento adequado é fundamental no atendimento deste paciente. Separamos os 13 keypoints da nova diretriz que você deve saber:

1. Se um paciente desmaia, o médico deve realizar uma história detalhada e exame físico durante a avaliação inicial (Classe I).

2. Deve-se utilizar um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações na abordagem inicial (Classe I). A avaliação eletrocardiográfica é fundamental para identificar possíveis causas cardíacas para abordagem imediata (Classe I).

3. Se o paciente possui uma comorbidade importante ou com possível relação com o desmaio, doença coronariana, história prévia de doença neurológica ou arritmia cardíaca, ele deve ser direcionado imediatamente ao hospital (Classe I).

Veja também ‘Embolia Pulmonar e Síncope: alta prevalência revela diagnóstico negligenciado’

4. Há uma série de testes que não são úteis na avaliação de pacientes que desmaiam. Estes incluem:

  • Testes laboratoriais de rotina (Classe III: sem benefícios);
  • A imagem cardíaca rotineira não é útil na avaliação de pacientes com síncope, a menos que se suspeite de etiologia cardíaca com base em uma avaliação inicial, incluindo história, exame físico ou ECG (Classe III: sem benefícios);
  • A imagem da artéria carótida não é recomendada na avaliação de rotina de pacientes com síncope na ausência de achados neurológicos focais que apoiem ​​uma avaliação posterior (Classe III: nenhum benefício);

5. A síncope vasovagal é a causa mais comum de síncope. A eficácia da terapia medicamentosa é modesta. Recomenda-se a educação do paciente no diagnóstico e prognóstico (Classe I).

6. A implantação de cardio desfibrilador implantável (CDI) não é recomendada em pacientes com padrão ECG Brugada e síncope reflexo-mediada na ausência de outros fatores de risco (Classe III: nenhum benefício).

7. A síncope suspeita de hipotensão ortostática (HO) pode ser mediada por condições neurogênicas, desidratação ou drogas. Recomenda-se ressuscitação de líquidos por ingestão aguda de água ou infusão intravenosa para alívio ocasional e temporário em pacientes com HO neurogênico ou desidratação (Classe I). Reduzir ou retirar medicamentos que podem causar hipotensão pode ser benéfico em pacientes selecionados com síncope (Classe IIa).

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui!

8. A terapia com betabloqueadores, na ausência de contra-indicações, é indicada como primeira linha em pacientes com síndrome do QT longo (LQTS) e suspeita de síncope arrítmica (Classe I). A implantação de CDI é razoável em pacientes com LQTS e suspeita de síncope arrítmica em terapia com beta-bloqueador ou intolerante à terapia com beta-bloqueador (Classe IIa).

9. A estimulação de dupla câmara pode ser razoável numa população selecionada de doentes com mais de 40 anos de idade com VVS recorrente e pausas espontâneas prolongadas (Classe IIb). Os betabloqueadores não são benéficos em doentes pediátricos com VVS (Classe III: sem benefício).

10. Em doentes com síncope associada a bradicardia, taquicardia ou presença de condições cardíacas estruturais, recomenda-se a gestão e a terapêutica atuais direcionadas (GTAD) (Classe I).

11. O estudo eletrofisiológico é razoável em pacientes selecionados com síncope suspeita de etiologia arrítmica (Classe IIa).

12. A restrição de exercício é recomendada em pacientes com taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica (CPVT) com síncope suspeita de etiologia arrítmica (Classe I). Os beta-bloqueadores sem atividade simpaticomimética intrínseca são recomendados em pacientes com CPVT e síncope induzida pelo estresse (Classe I).

13. Recomenda-se a avaliação cardiovascular por um profissional com experiência no tratamento de atletas com síncope antes de retomar os esportes de competição (Classe I). A participação em esportes competitivos não é recomendada para atletas com síncope e cardiomiopatia hipertrófica fenotípica positiva, CPVT, LQTS1 ou cardiomiopatia ventricular direita arritmogênica antes da avaliação por um especialista (Classe III: dano).

Referências:

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo