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A Dra Yanping Li e col publicaram um estudo muito interessante na edição de abril do Circulation. Os cinco “mandamentos” para prolongar a vida identificado pelos autores foram:
1. Não fumar;
2. Manter um IMC entre 18.5 e 24.9 kg/m2;
3. No mínimo 30 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade;
4. Dieta de alta qualidade (TOP 40%);
5. Ingestão alcoólica moderada: 1 ou 2 taças de vinho/dia para mulheres e homens, respectivamente.
Analisando estatisticamente os dados citados, Dra Li chegou a estimativa que para cada um dos itens adotados ganha-se 2 a 3 anos de vida. Estas cinco qualidades só foram detectadas em 5% da população americana. Estes atributos reduziram a mortalidade cardiovascular e por câncer em 82% e 65%, respectivamente.
Informações epidemiológicas recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostram que as doenças cardiovasculares geraram no Brasil em 2016, 349.938 mortes e estão em ascensão. Além disto, entre 2004 e 2014 ocorrem aproximadamente 1 milhão de mortes por doenças isquêmicas miocárdicas e por acidente vascular cerebral – praticamente um empate técnico, pois ambas, dividem fatores de risco extremamente similares.
A doença cardiovascular deverá aumentar a incapacidade ajustada para anos de vida (DALYs) de 85 milhões de pacientes para 150 milhões no mundo todo até 2020, levando a uma notável queda da produtividade global. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que:
- As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa.
- Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2015, representando 31% de todas as mortes em nível global. Desses óbitos, estima-se que 7,4 milhões ocorrem devido às doenças cardiovasculares e 6,7 milhões devido a acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Sob a liderança da OMS, os 194 Estados-Membros concordaram em 2013 sobre mecanismos globais para reduzir a carga evitável de doenças não transmissíveis, incluindo o “Global action plan for the prevention and control of NCDs 2013-2020”. Esse plano visa reduzir o número de mortes prematuras por esse motivo em 25% até 2025 por meio de nove metas globais voluntárias. Duas dessas metas se concentram diretamente na prevenção e controle de doenças cardiovasculares.
Importante frisarmos um exemplo de dieta saudável preconizada pela Sociedade Europeia de Cardiologia:
1. Ingerir frutas, nozes, grãos, vegetais, verduras;
2. Limitar ingestão de ácidos graxos para < 10% das calorias, substituindo-os por ácidos graxos insaturados (PUFA);
3. Óleos vegetais ricos em PUFA – óleo extra virgem, por exemplo;
4. Limitar ingestão de grãos refinados (açúcar, por exemplo);
5. Consuma 1 a 2 porções de peixe por semana;
6. Não consumir carne processada;
7. Evite refrigerantes e similares;
8. Ingestão de sódio máxima de 5 g/dia.
A prevenção de doenças cardiovasculares, incluindo infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, dependem da conscientização dos profissionais de saúde e de seus pacientes. Sem mantermos, adotarmos e preconizarmos um Estilo de Vida Saudável, intuitivamente ou por mandamentos, estaremos fadados a preencher dados estatísticos que só fazem crescer negativamente. A “porta estreita” nos leva a viver mais e com saúde.
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Referências:
- Yanping Li et al. Impact of Healthy Lifestyle Factors on Life Expectancies in the US Population. Circulation. 2018; originally published April 30, 2018. https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.117.032047
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