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Cardiologia21 julho 2014

A nova diretriz americana de dislipidemia é melhor para identificar quem realmente precisa de estatina?

A diretriz americana de dislipidemia de 2004 (NCEP ATP III) era baseada em níveis de LDL – colesterol e escore de risco de Framingham. Em 2013 foi apresentada a última diretriz americana (ACC / AHA)…

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A diretriz americana de dislipidemia de 2004 (NCEP ATP III) era baseada em níveis de LDL – colesterol e escore de risco de Framingham. Em 2013 foi apresentada a última diretriz americana (ACC / AHA) de dislipidemia que se baseou primariamente no risco absoluto de doença coronariana, com menor importância para o nível de LDL isolado. Essa última diretriz foi criticada após a publicação por possivelmente superestimar o risco e talvez indicar estatina de forma excessiva (estimou-se que cerca de 13 milhões de norte-americanos a mais teriam indicação para uso de estatina).

Uma análise de dados do estudo ROMICAT I (Rule Out Myocardial Infarction With Computer-Assisted Tomography) mostrou que utilizando a diretriz atual americana temos uma probabilidade maior de indicar estatina para pacientes que realmente apresentam obstruções coronarianas.

O estudo ROMICAT I foi realizado em pacientes de baixo e intermediário risco que procuravam o pronto socorro por queixa de dor torácica sugestiva de síndrome coronariana aguda.

Nessa análise de dados, os pesquisadores compararam a eligibilidade para estatina dos pacientes estudados segundo os critérios de indicação das 2 diretrizes (2004 e 2013).

Comparado com a de 2004, a diretriz de 2013 indicou estatina para mais candidatos (106 de 252 vs 51 de 252 – p < 0,0001).

Os 121 pacientes sem obstrução coronariana (DAC) apresentaram uma chance 1,65x maior de serem elegíveis ao uso de estatina. Dos 95 pacientes com DAC não obstrutiva, a chance era 2,1x maior. E no grupo com DAC obstrutiva (estenose > ou =  50%) – 36 pacientes – a chance de ser elegível à estatina foi 3,42x maior. Mais pacientes com DAC receberiam estatina se utilizarmos os critérios da diretriz de 2013, comparada com a anterior de 2004.

O que chamou atenção também foi que 20% dos pacientes com DAC obstrutiva e 40% dos pacientes com DAC não obstrutiva continuam sem indicação de estatina (utilizando os critérios das diretrizes).

Assim, esse estudo demonstra que a nova diretriz americana identifica mais candidatos ao uso da estatina que realmente tem aterosclerose.

Autoria

Foto de Fernando Côrtes Remisio Figuinha

Fernando Côrtes Remisio Figuinha

Médico cardiologista formado pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP. É editor e fundador do site de ensino CardioPapers. Atua como cardiologista no Hospital Dr. Miguel Soeiro – Sorocaba/SP. Secretário da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) regional Sorocaba.

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