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Cardiologia27 setembro 2017

HAS grave na gestação e puerpério: como manejar? Nova diretriz responde

O Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras publicou uma atualização dessas diretrizes focada na HAS grave no período gestacional e puerperal.

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Em junho deste ano, publicamos uma reportagem com os principais pontos das diretrizes americanas e europeias sobre o manejo da hipertensão na gestação. Este mês, o Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras publicou uma atualização dessas diretrizes focada na HAS grave no período gestacional e puerperal e, como tal, separamos os trechos mais importantes para você.

O documento orienta o tratamento da emergência hipertensiva na gestação em quatro etapas: preparo, reconhecimento e prevenção, resposta (tratamento) e notificação/aprendizagem.

Preparo

  • Todos devem conhecer os critérios diagnósticos de pré-eclâmpsia, bem como os sinais de gravidade.
  • PA sistólica ≥ 160 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 110 mmHg definem hipertensão grave.
  • Persistindo por mais de 15 min, já classifica como emergência hipertensiva.
  • O tratamento deve ser iniciado em até 30-60 minutos e não deve ser retardado enquanto se aguardam exames laboratoriais.
  • As medicações devem estar prontamente disponíveis e incluir, no mínimo, hidralazina venosa, nifedipino oral, sulfato de magnésio e gluconato de cálcio (este último, para reverter toxicidade pelo magnésio). No Brasil não temos labetalol.

Reconhecimento e Prevenção

  • Toda unidade obstétrica deve ter aparelhos de pressão calibrados.
  • Atenção ao aparelho utilizado: os automáticos, oscilométricos, fornecem medidas da PA 5 a 10 mmHg inferiores aos tradicionais aneroides.
  • As pacientes devem ser educadas sobre a doença e os sintomas de alarme que indicam ida imediata ao pronto-socorro obstétrico.

Veja também: ‘O que há de novo no “Position Statement” da ADA sobre tratamento da HAS em diabéticos?’

Tratamento

*Alguns autores recomendam o magnésio de modo universal quando PA sistólica ≥ 160 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 110 mmHg

  • Na eclâmpsia, a droga de escolha para tratamento da convulsão é o sulfato de magnésio. Os benzodiazepínicos devem ser reservados para pacientes refratários a pelo menos duas infusões “de ataque” de magnésio.
  • A reavaliação no puerpério deve ocorrer no máximo até 7 a 14 dias após parto, pois em parte das mulheres a HAS se exacerba neste período.

Notificação e aprendizagem

  • A recomendação é monitorar se toda equipe está treinada no protocolo.
  • O principal parâmetro de acompanhamento é o percentual de mulheres com HAS grave que recebem a medicação em até 1 hora da medida da PA.

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Referências:

  • National Partnership for Maternal Safety: Consensus Bundle on Severe Hypertension During Pregnancy and the Postpartum Period. Obstetrics & Gynecology. 130(2):347–357, AUG 2017. Peter S. Bernstein; James N. Martin; and 11 more. DOI: 10.1097/AOG.0000000000002115

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