O estudo ALTITUDE foi desenvolvido para avaliar o efeito do uso de alisquireno, um inibidor da renina, associado à terapia com inibidores de conversão de angiotensina (IECA) ou bloqueadores de receptor de angiotensina (BRA) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e comprometimento renal.
Um aumento em eventos adversos e uma aparente ausência de benefícios com o uso do alisquireno nessa situação justificou a interrupção do estudo em questão. Os eventos adversos foram: AVC não fatal, complicações renais, hipercalemia e hipotensão em 18 a 24 meses de seguimento.
A Novartis (que promove o Rasilez), por enquanto, irá cessar a divulgação de que essa droga seria benéfica quando utilizada em associação com IECA ou BRA em diabéticos com comprometimento renal.
Era de se esperar um aumento nos eventos adversos com o uso do alisquireno nesse cenário, uma vez que é uma droga que age no sistema renina-angiotensina aldosterona, mesmo local de ação dos IECA e BRA. Restava saber se haveria um benefício em otimizar o bloqueio desse sistema para promover alguma proteção renal (como diminuir proteinúria). Baseado nesse estudo, parece que não há benefício.

Autoria

Fernando Côrtes Remisio Figuinha
Médico cardiologista formado pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP. É editor e fundador do site de ensino CardioPapers. Atua como cardiologista no Hospital Dr. Miguel Soeiro – Sorocaba/SP. Secretário da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) regional Sorocaba.
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