Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.
O risco cardiovascular do uso de anti-inflamatório não-esteroide (AINE) é uma preocupação importante entre os profissionais de saúde. Um novo artigo do British Medical Journal, publicado em setembro, examinou os riscos de iniciar diclofenaco – um dos AINE mais utilizados – com outros anti-inflamatórios similares, como o paracetamol e o ibuprofeno.
Para esse estudo, pesquisadores dinamarqueses utilizaram o registro nacional para comparar as taxas de eventos cardiovasculares adversos após o início do diclofenaco, outros AINE ou paracetamol. Indivíduos elegíveis para inclusão foram adultos com baixo risco de base (sem esquizofrenia, demência ou doenças cardiovasculares, renais, hepáticas ou úlceras).
Diclofenaco e o risco cardiovascular
O estudo incluiu 1.370.832 pessoas que iniciaram diclofenaco, 3.878.454 que iniciaram ibuprofeno, 291.490 que iniciaram naproxeno, 764.781 que iniciaram paracetamol e 1.303.209 controles que não iniciaram nenhuma medicação.
A taxa de eventos adversos entre o grupo diclofenaco foi 50% maior em comparação com os controles (taxa de incidência de 1,5; IC de 95%: 1,4 a 1,7), 20% maior em comparação com o grupo paracetamol ou ibuprofeno (ambos 1,2: 1,1 a 1,3) e 30% maior em comparação com o grupo naproxeno (1,3: 1,1 a 1,5). Os riscos permaneceram elevados quando os dados foram estratificados por idade e sexo.
Hemorragia digestiva alta
O risco de hemorragia digestiva alta (HDA) em 30 dias também foi acentuado com diclofenaco: 4,5 vezes maior em comparação com controles e aproximadamente 2,5 vezes em comparação com ibuprofeno, paracetamol ou naproxeno.
Pelos achados, os pesquisadores concluíram que o diclofenaco pode representar um risco para a saúde cardiovascular em comparação com outros anti-inflamatórios não-esteroides.
LEIA MAIS: Uso de AINE em vigência de aspirina – qual a combinação mais segura?
Referências:
- Schmidt Morten, Sørensen Henrik Toft, Pedersen Lars. Diclofenac use and cardiovascular risks: series of nationwide cohort studies BMJ 2018; 362 :k3426
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.