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Cardiologia10 julho 2020

Fibrilação atrial: os resultados do estudo CABANA mudaram?

O estudo CABANA publicado em 2019 acompanhou 2.204 pacientes com fibrilação atrial (FA) de início recente, ou FA paroxística, ou persistente, que foram randomizados para ablação por cateter vs antiarr…

Por Pedro Veronese

O estudo CABANA publicado em 2019 acompanhou 2.204 pacientes com fibrilação atrial (FA) de início recente, ou FA paroxística, ou persistente, que foram randomizados para ablação por cateter vs antiarrítmicos com o objetivo de mantê-los em ritmo sinusal. O desfecho primário combinado do trabalho foi: mortalidade por todas as causas, acidente vascular cerebral com sequelas, sangramento grave ou parada cardíaca. A ablação por cateter não reduziu este desfecho primário e nem mortalidade por todas as causas. Para mais detalhes veja este post escrito por mim sobre o CABANA. Entretanto, a ablação por cateter se mostrou superior aos antiarrítmicos quando se avaliou o tempo de recorrência de FA. Mas e num seguimento mais prolongado desta população?

Recentemente, foi publicado o follow-up de 5 anos do estudo CABANA, Journal of the American College of Cardiology, 75 (2020) 3105-3118, que confirmou que a ablação por cateter reduziu a recorrência de qualquer tipo de FA em 48%. Nos pacientes sintomáticos a redução foi de 51%. A densidade de FA (burden) também foi significativamente reduzida no grupo ablação independente do tipo de FA.

Conclusão do Cardiopapers: assim como no estudo original, o follow-up de 5 anos confirmou algo que já suspeitávamos devido às evidências prévias. A

  • Ablação por cateter é mais efetiva que os antiarrítmicos para se reduzir recorrência de FA ou a sua densidade (burden).
  • Porém, note que este é um desfecho substituto, pois mesmo com menos FA, não houve redução dos desfechos clínicos principais, nem de mortalidade por todas as causas.
  • Desta forma, a ablação por cateter é uma opção melhor para se reduzir sintomas do que os fármacos antiarrítmicos, mas sem impacto em desfechos clínicos relevantes.

Referência:

  1. JAMA. 2019;321(13):1261-1274. doi:10.1001/jama.2019.0693
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