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Cardiologia1 setembro 2025

ESC 2025: Estudo TACSI: Devemos manter DAPT após cirurgia cardíaca por infarto?

O estudo TACSI foi aberto, randomizado, que incluiu 22 centros de cirurgia cardiotorácica da Suécia.
Por Isabela Abud Manta

Muitos pacientes com doença coronária aterosclerótica, tanto estável quanto aguda, necessitam de tratamento com cirurgia cardíaca. Quando os pacientes são operados após um quadro agudo, a recomendação das diretrizes atuais é que se mantenha dupla antiagregação plaquetária (DAPT) por um ano.  

No último dia do Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2025) foi apresentado o estudo TACSI, que investigou se DAPT com ticagrelor e aspirina melhoraria desfechos comparado a aspirina isoladamente em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica.  

EMPACT-MI: eficácia e segurança da empagliflozina na fase aguda pós-IAM 

Metodologia

Foi estudo aberto, randomizado, que incluiu 22 centros de cirurgia cardiotorácica da Suécia. Os pacientes deveriam ter pelo menos 18 anos e SCA até 6 semanas antes da randomização. Um grupo recebia ticagrelor e aspirina e outro apenas aspirina por 12 meses.  

O desfecho primário de eficácia foi composto por morte por todas as causas, internações por infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) ou necessidade de nova revascularização em 12 meses. O desfecho primário de segurança era sangramento maior. 

Foram randomizados 1.100 pacientes para cada grupo, com idade média de 66 anos, 14,4% do sexo feminino, 27,5% com diabetes e pouco mais da metade com diagnóstico de IAM sem supradesnivelamento do segmento ST. O EUROESCORE II médio foi de 1,6%. 

Resultados

Os resultados mostraram ocorrência de eventos semelhante entre os grupos (4,6% no grupo aspirina e 4,8% no grupo DAPT), porém maior taxa de sangramento maior no grupo que utilizou DAPT (4,9% x 2,0%), este último com diferença estatística. Os pacientes desse estudo ainda serão seguidos pelo período de 10 anos.  

Considerações finais

Algumas limitações foram que a taxa de aderência, principalmente a DAPT foi baixa, sendo que um terço dos pacientes do grupo DAPT não estava em uso de ticagrelor ao final de 12 meses. Os principais motivos foram surgimento de fibrilação atrial e necessidade de anticoagulação, ocorrência de dispneia, sangramento, entre outros. 

Assim, o uso de DAPT não parece ser mais efetivo que aspirina isolada na prevenção de eventos cardiovasculares e aumenta o risco de sangramento nos 12 meses após cirurgia de revascularização miocárdica, o que pode levar a mudança das diretrizes atuais em relação a recomendação de DAPT nesse grupo de pacientes.

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