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Cardiologia27 agosto 2023

ESC 2023: ATTRibute-CM – Acoramidis para tratamento de cardiopatia amiloide ATTR

Estudo apresentado no ESC 2023 avaliou a eficácia e a segurança do acoramidis como estabilizador da transtirretina superior ao tafamidis.

A cardiomiopatia amiloide por transtirretina (ATTR-CM) é uma doença infiltrativa caracterizada pelo acúmulo de proteínas maldobradas de trantirretina no coração, acarretando insuficiência cardíaca. O trial ATTR-ACT do tafamidis na ATTR-CM, apresentado durante o terceiro dia do congresso ESC 2023, demonstrou uma redução na mortalidade por todas as causas, hospitalização cardiovasculares (CV) o e declínio na capacidade funcional pelo teste de caminhada de seis minutos (TDC6) e na qualidade de vida (avaliada pela pontuação KCCQ-OS), quando comparado ao placebo. 

Este trial veio avaliar a eficácia e a segurança do acoramidis, tendo em vista ele ser um estabilizador da transtirretina superior ao tafamidis por estudos prévios in vitro e em fase 2 para ATTR-CM sintomática. 

 

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Métodos 

O estudo de fase 3 multicêntrico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Ao todo, 632 pacientes com ATTR-CM de tipo selvagem ou variante e sintomáticos foram alocados aleatoriamente em uma proporção de 2:1 para Acoramidis oral 800 mg duas vezes ao dia ou placebo durante 30 meses. Os participantes de ambos os braços tiveram a opção de iniciar Tafamidis de rótulo aberto e disponível comercialmente após 12 meses do início do estudo. 

O desfecho primário analisado aos 30 meses foi uma análise hierárquica de mortalidade por todas as causas, hospitalização CV, NT-proBNP e TDC6. Os desfechos secundários incluíram os componentes do desfecho primário, KCCQ-OS, e níveis séricos de Transtirretina. A idade média foi de 78 anos, 90% dos os participantes eram do sexo masculino e 10% eram portadores da variante TTR. A maioria dos participantes tinha classe funcional NYHA II (72,0%) ou III (17,2%).  

 

Resultados 

Para o desfecho primário hierárquico, o win ratio foi de 1,8 ([IC] de 95% 1,4 a 2,2; p<0,0001). Houve um efeito consistente e positivo do tratamento em todos os componentes do desfecho primário, incluindo uma redução numérica na mortalidade por todas as causas, com uma redução absoluta do risco (ARR) de 6,4%, redução de risco relativo (RRR) de 25% e taxa de risco (HR) de 0,772 (95% [IC] 0,542 a 1,102; p=0,15). A frequência cumulativa de hospitalizações CV foi reduzida em cerca de metade no braço Acoramidis, para uma ARR de 0,226 hospitalizações CV/ano e RRR de 50,4% (IC 95% 30,5% a 64,5%; p<0,0001).

A mudança da linha de base do NT-proBNP foi menor no braço Acoramidis do que no placebo no mês 30 (proporção de média geométrica fold-change 0,529; IC 95% 0,463 a 0,604; p<0,0001) e o declínio na mudança da linha de base na DTC6 foi reduzido com uma diferença média de pelo menos 39,64 m no mês 30 em favor de Acoramidis (IC 95% 21,07 a 58,22; p<0,0001). A análise dos demais desfechos secundários demonstrou que o Acoramidis preservou a qualidade de vida avaliada pela média de alteração da linha de base no questionário KCCQ-OS de pelo menos 9,94 pontos (IC 95% 5,97 a 13,91; p<0,0001), e resultou em maior aumento na alteração da linha de base da Transtirretina sérica, com uma diferença média no mês 30 de pelo menos 7,1 mg/dL (IC 95% 5,79 a 8,40; p<0,0001), refletindo a estabilização da proteína, também, in vivo.  

 

Conclusão e mensagem prática 

O estudo mostrou que em pacientes com ATTR-CM, o Acoramidis associou-se a benefícios clínicos de forma consistente, sendo o efeito positivo do tratamento para todos os componentes do desfecho primário, além de ter sido mais eficaz na preservação da capacidade funcional e da qualidade de vida. 

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