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Cardiologia4 outubro 2015

Entresto: Um novo capítulo na abordagem da insuficiência cardíaca

Um novo capítulo no tratamento da insuficiência cardíaca está sendo escrito. O promissor medicamento valsartan-sacubitril (Entresto®, da Novartis®), que noticiamos o lançamento em julho deste ano (vide matéria aqui) continua a exibir bons resultados no estudo PARADIGM-HF. No recente encontro anual da sociedade americana de insuficiência cardíaca, novos resultados parciais foram divulgados, confirmando o caráter promissor …

Por Eduardo Moura

Um novo capítulo no tratamento da insuficiência cardíaca está sendo escrito. O promissor medicamento valsartan-sacubitril (Entresto®, da Novartis®), que noticiamos o lançamento em julho deste ano (vide matéria aqui) continua a exibir bons resultados no estudo PARADIGM-HF. No recente encontro anual da sociedade americana de insuficiência cardíaca, novos resultados parciais foram divulgados, confirmando o caráter promissor da nova classe de medicamentos (inibidor do receptor de angiotensina e da neprilisina).

O novo agente mostrou nova vantagem em comparação com os tradicionais inibidores da ECA, quando comparados desfechos primários como mortalidade por doença cardiovascular e hospitalização, sendo constada também sua eficácia independente da fração de ejeção basal ou se a dose alvo foi alcançada, como relatamos abaixo.

Fator particularmente importante nesta análise recém publicada do PARADIGM-HF é que 42% dos pacientes do estudo (de mais de 8400 pacientes) não toleraram chegar a dose alvo de valsartana-sacubitril (grupo de estudo) ou enalapril (grupo controle), sendo os médicos autorizados a diminuírem até a dose máxima tolerada. Constatou-se a partir daí que as reduções de dose foram tão comuns no grupo do enalapril quanto no valsartana-sacubitril, porém o grupo com valsartana-sacubitril, mesmo fora da dose alvo, apresentou desfechos mais favoráveis, demonstrando que seu efeito é independente do alcance da dose alvo.

Outro fator igualmente favorável apontado como vantagem do valsartana-sacubitril é que, mesmo em pacientes com fração de ejeção superiores, como próximas a 40%, grupo em que os inibidores da ECA parecem menos eficazes, a nova droga manteve sua eficácia.

Outra vantagem recém documentada pelo estudo PARAMOUNT, um estudo randomizado piloto, demonstrou o benefício do valsartana-sacubitril em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, estando associado a menores níveis de peptídeo natriurético, melhora da classe funcional NYHA e diminuição das dimensões do átrio esquerdo. A partir destes achados, o estudo PARAGON, em andamento, vai avaliar desfechos primários como mortalidade e internação nestes pacientes com fração de ejeção preservada, e, ao que tudo indica, podemos esperar ótimos resultados no próximo ano.

 

Referências Bibliográficas:

  1. McMurray JJV, Packer M, Desai AS, et al. Angiotensin-neprilysin inhibition versus enalapril in heart failure. N Engl J Med 2014;
  2. Chana A. Sacks, M.D., John A. Jarcho, M.D., and Gregory D. Curfman, M.D. Paradigm Shifts in Heart-Failure Therapy — A Timeline. N Engl J Med 2014;
  3. Vardeny O, Claggett B, McMurray JJV, et al. Efficacy of LCZ696 persists at lower than target doses in the PARADIGM-HF trial. J Card Fail 2015; 21:S9.
  4. Solomon S, Packer M, Zile M, et al. The angiotensin receptor neprilysin inhibitor LCZ696 is effective across the spectrum of ejection fraction in heart failure with reduced ejection fraction. J Card Fail 2015; 21: S45.
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