Duração dos ciclos menstruais na transição climatérica podem sugerir aumento de risco cardiovascular
Estudos avaliam se além dos sintomas, o padrão menstrual na fase de transição menopáusica também sugere aumento de risco cardiovascular. Saiba mais.
A transição menopáusica inicia-se em média quatro anos antes da última menstruação, nesse período, a mulher experimenta alterações nos ciclos menstruais com aumento ou diminuição do volume e duração dos ciclos, sintomas de calores, alterações de humor, composição corporal e metabólica.
Alguns robustos trabalhos já demonstraram que pacientes que apresentam uma clínica de sintomas vasomotores mais exuberantes também apresentam maior risco cardiovascular, e este, já sabemos que sabemos que é a maior causa de morte entre as mulheres.
Novos estudos agora avaliam se além dos sintomas, o padrão menstrual nessa fase de transição também poderia sugerir esse aumento de risco cardiovascular.
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Estudo
Recentemente, foi publicado no Menopause, a revista da North American Menopause Society, um estudo observacional conduzido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, que avaliou 428 mulheres no período de transição menopáusica.
A estudo caracterizou três diferentes padrões observados nas pacientes:
- Estável: quando não havia mudanças na duração do ciclo ao longo do período transicional
- Aumento tardio: um aumento da duração do ciclo 2 anos antes da menopausa
- Aumento precoce: quando os ciclos se tornavam mais longos por 5 anos antes da menopausa.
Mulheres de 45 a 52 anos foram acompanhadas por até 10 anos ou até a pós-menopausa. Cerca de 62% das participantes tiveram ciclos estáveis, enquanto cerca de 22% experimentaram um aumento precoce e 16 % o aumento tardio na duração do ciclo.
Os pesquisadores observaram a partir da avaliação da espessura da íntima da carótida e também do índice tornozelo braquial, que as mulheres que tiveram um aumento tardio na duração do período menstrual, ou seja, dois anos antes da última menstruação, tiveram melhores medidas de saúde vascular do que aquelas que tiveram ciclos estáveis durante essa transição.
Conclusões
O trabalho conclui que os padrões de comprimento do ciclo menstrual nessa fase parecem ser um marcador da saúde vascular futura, que pode ser extremamente útil na atenção primária, com incrementos de medidas específicas no contexto dos grupos com maior risco de doenças ateroscleróticas.
As evidencias cada vez mais corroboram com a ideia de que a menopausa não é apenas um “clique de botão”. É uma transição gradual, de vários estágios em que as mulheres experimentam muitas mudanças que podem colocá-las em maior risco de doenças cardiovasculares.
Referências bilbiográficas:
- El Khoudary, Samar R, et al. Patterns of menstrual cycle length over the menopause transition are associated with subclinical atherosclerosis after menopause, Menopause: October 11, 2021 – Volume – Issue – doi: 10.1097/GME.0000000000001876
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