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Cardiologia7 agosto 2018

Depressão pós-SCA: antidepressivos podem reduzir risco cardiovascular

Um novo artigo do JAMA investigou se o uso de antidepressivos na depressão pós-SCA poderia reduzir o risco cardiovascular a longo prazo.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A depressão após síndrome coronariana aguda (SCA) já foi associada a piores desfechos para o paciente. Um novo artigo do Journal of the American Medical Association (JAMA), publicado em julho, investigou se o uso de antidepressivos poderia reduzir o risco cardiovascular a longo prazo.

Para isso, foi realizado um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, entre 300 pacientes (idade média de 60 anos; 119 mulheres [39,3%]) com SCA recente e depressão, no período de 2007 a 2013, com follow-up concluído em junho de 2017, na Coreia do Sul.

Os participantes foram randomizados para escitalopram (antidepressivo de escolha da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS) em doses flexíveis de 5, 10, 15 ou 20 mg/d (n = 149) ou placebo (n = 151) por 24 semanas.

– Desfecho primário: eventos cardiovasculares adversos importantes, um composto de mortalidade por todas as causas, morte cardíaca, infarto agudo do miocárdio (IAM) e angioplastia coronariana.

medicamentos TEP

Antidepressivos e risco cardiovascular

O desfecho primário ocorreu em 61 pacientes (40,9%) que receberam escitalopram e em 81 (53,6%) que receberam placebo (HR 0,69; IC de 95%: 0,49 a 0,96; p = 0,03). Na comparação por evento entre os grupos, os resultados foram, respectivamente:

  • Mortalidade por todas as causas: 20,8% vs 24,5% (HR 0,82; IC de 95%: 0,51 a 1,33; p = 0,43)
  • Morte cardíaca: 10,7% vs 13,2% (HR 0,79; IC de 95%: 0,41 a 1,52; p = 0,48)
  • IAM: 8,7% vs 15,2% (HR 0,54; IC de 95%: 0,27 a 0,96; p = 0,04)
  • Angioplastia coronariana: 12,8% vs 19,9% (HR 0,58; IC de 95%: 0,33 a 1,04; p = 0,07)

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que, entre os pacientes com depressão após síndrome coronariana aguda recente, o tratamento de 24 semanas com escitalopram resultou em um menor risco de eventos cardíacos adversos.

LEIA MAIS: Escores na síndrome coronariana aguda – qual devo utilizar?

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Kim J, Stewart R, Lee Y, et al. Effect of Escitalopram vs Placebo Treatment for Depression on Long-term Cardiac Outcomes in Patients With Acute Coronary SyndromeA Randomized Clinical Trial. JAMA. 2018;320(4):350–358. doi:10.1001/jama.2018.9422

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