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Cardiologia2 agosto 2024

Conheça o escore VTE-PREDICT 

VTE-PREDICT, acabou a dúvida da anticoagulação estendida? 
Por Felipe Mesquita

Decidir por interromper ou continuar a anticoagulação para TEV após o tratamento inicial é desafiador, pois os riscos individuais de recorrência e sangramento são heterogêneos. Foi publicado em abril de 2023 no European Heart Journal um novo escore para estratificação do risco de recorrência de eventos tromboembólicos venosos (TEV) versus risco de sangramento maior ou clinicamente relevante em pacientes que estão em uso de anticoagulação plena estendida. Pacientes com doença oncológica foram excluídos do estudo. O estudo teve como objetivo desenvolver e validar externamente modelos preditivos para os desfechos clínicos mencionados acima em um intervalo de 5 anos e que completaram pelo menos 3 meses de tratamento inicial, os quais podem ser utilizados para estimar os benefícios e danos absolutos individuais da anticoagulação prolongada. 

Conheça o escore VTE-PREDICT 

Imagem de kjpargeter/freepik

Características dos pacientes alocados 

Utilizando 14 características facilmente disponíveis dos pacientes incluídos nos estudos Bleeding Risk Study, Hokusai-VTE, PREFER-VTE, RE-MEDY e RE-SONATE (n = 15.141, 220 recorrências, 189 eventos hemorrágicos), os modelos foram construídos. A validade externa foi avaliada em outros trabalhos como o EINSTEIN-CHOICE, GARFIELD-VTE, MEGA, Tromsø e em uma coorte dinamarquesa (n = 59.257, 2283 recorrências, 3335 eventos hemorrágicos). Os efeitos absolutos do tratamento foram estimados combinando os modelos com razões de risco de ensaios clínicos e meta-análises.  

As características utilizadas foram: gênero (masculino x feminino), idade, uso de anticoagulantes por tempo > 3 meses, uso de antiagregantes plaquetários, uso de antiinflamatórios não-esteroidais, presença de tromboembolismo pulmonar, evento associado a terapia com estrógeno, evento associado a cirurgia/trauma/imobilização, história de TEV prévio, história de neoplasia (não tem evidência de atividade de doença no momento da avaliação), histórico de sangramento, histórico de AVCi, Índice de Massa Corpórea (IMC), Pressão Arterial Sistólica, nível de hemoglobina. 

Resultados e usabilidade do escore clínico VTE-PREDICT 

A validação externa em diferentes contextos mostrou concordância entre os riscos previstos e observados em até 5 anos, tanto para recorrência [0,48 a 0,71], quanto para sangramento [0,61 a 0,68]. Isso evidencia a utilidade da ferramenta para estimar tanto um desfecho quanto o outro em um contexto de risco x benefício da manutenção da terapêutica. 

A calculadora interativa pode ser encontrada em https://vtepredict.com/. É importante lembrar que ela ainda não foi validada para uso amplo na prática clínica e deve ser encarada como uma ferramenta de apoio à decisão. 

Perspectivas futuras 

O escore de risco VTE-PREDICT surge como mais uma ferramenta no armamentário prognóstico de pacientes que possuem uma necessidade clínica iminente e desafiadora: decidir manter ou não a anticoagulação a partir dos dados clínicos e laboratoriais apresentados pelo paciente. Novos estudos são necessários para se validar o amplo uso.

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Referências bibliográficas

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