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Um artigo publicado em 16 de abril no Journal Of The American College of Cardiology (JACC), descobriu que algumas bebidas cafeinadas – tais como café e chá – podem ser seguras e, inclusive, reduzir a freqüência de arritmias.
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Pesquisadores analisaram múltiplos estudos populacionais para determinar uma associação entre o consumo de cafeína e seus efeitos sobre arritmias atriais e ventriculares. Os estudos foram consistentes ao mostrar a relação da diminuição na fibrilação atrial (AFib) com um aumento na ingestão de cafeína. Foi feita uma meta-análise de 228.465 participantes mostrando frequência de diminuição de AFib de 6% em pessoas que bebem café regularmente. Uma análise adicional com 115.993 pacientes mostrou 13% na redução de risco.
Os autores descobriram que a cafeína “não parece aumentar a probabilidade de arritmia ventricular” e que doses de cafeína de até 500 mg por dia (o que corresponderia a aproximadamente seis xícaras de café) não provocariam um agravamento ou a taxa de arritmias ventriculares. Foi feito ainda um estudo randomizado com 103 pacientes que tinham acabado de sofrer infarto do miocárdio. Eles receberam uma média de 353 mg de cafeína por dia, o que resultou na melhora da frequência cardíaca e ausência de arritmias significativas.
Apenas dois estudos mostraram que a cafeína oferecia risco de aumentar as arritmias ventriculares. Os dois foram feitos com pacientes que apresentavam doenças cardíacas pré-existentes. Em um deles, os pacientes ingeriam 10 xícaras de café por dia e no outro 9 xícaras. Normalmente, três quartos dos pacientes com doenças cardíacas que consumiram duas ou mais bebidas energéticas por dia relataram palpitações em 24 horas.
Todos os estudos populacionais de grande porte e ensaios controlados randomizados sugerem que a ingestão de cafeína de até 300 mg / dia pode ser segura para pacientes com arritmia. Entretanto, diferenças individuais na suscetibilidade aos efeitos da cafeína podem desencadear arritmias em alguns pacientes (até 25 por cento dos pacientes relatam café como um desencadeador de AFib). Já aqueles pacientes que possuem uma associação temporal clara entre o consumo de café e episódios documentados de fibrilação atrial devem ser aconselhados a se absterem da cafeína. Para acompanhar essa questão,são recomendadas pesquisas futuras que analisem o impacto da abstinência de cafeína nesses pacientes.
Referência:
http://www.acc.org/latest-in-cardiology/articles/2018/04/16/16/27/is-caffeine-safe-protective-for-patients-with-afib-arrhythmias
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