Em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA) e coronariopatia multiarterial, a revascularização completa está associada a melhores resultados clínicos. No entanto, se a intervenção da lesão não culpada deve ser abordada imediatamente durante o procedimento de index ou de forma estagiada, ainda permanece incerto.
Métodos
O estudo BIOVASC foi de não inferioridade, ensaio multicêntrico randomizado, aberto, comparando revascularização completa imediata (RCI) e revascularização completa estagiada (RCE), dentro de seis semanas do procedimento índice, em pacientes com SCA e doença multiarterial.
O desfecho primário foi um composto de mortalidade por todas as causas, infarto do miocárdio, qualquer revascularização por guiada por isquemia e eventos cerebrovasculares em um ano. Ao todo, 1.525 pacientes foram randomizados para o braço RCI e 760 para o braço RCE.
Resultados
A média de idade foi de 65 anos, 78% eram do sexo masculino, 60% apresentavam SCA sem supra ST e 40% com SCA com supra de ST, apenas 0,4% apresentavam lesões de tronco de coronária esquerda como culpada e 37% de descendente anterior.
Em relação ao desfecho primário a RCI foi não-inferior a RCE [0·78 (95% CI, 0·55-1·11) p=0·001 para não inferioridade e p=0·166 para superioridade], não houve diferença em mortalidade por todas as causas após um ano (1,8% vs. 1,2% HR 1,57; IC 95% [0,68-3,62], p = 0,30), porém houve maior taxa de IAM na RCE [0·41 (95% CI, 0·22-0·76) P=0.005], sendo eles tipo 1 e tipo 4ª e, de resvacularização não planejada guiada por isquemia [0·61 (0·39, 0·95) 0·030].
Conclusão
Dessa forma, em pacientes com SCA e coronariopatia multiarterial, a revascularização completa imediata não foi inferior em relação à estagiada para o desfecho composto primário. Também foi associada a menor taxas de IAM e resvascularização guiada por isquemia não planejada em um ano de seguimento.
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