A disfunção erétil ou impotência sexual masculina é a incapacidade recorrente e persistente em ter e/ou manter uma ereção peniana para uma relação sexual satisfatória. É considerada comum, e atinge cerca de 20-40% dos homens entre 60 e 70 anos de idade. Evidências demonstram uma associação entre a disfunção erétil e o aumento do risco de doença cardiovascular em homens saudáveis.
A associação entre o tratamento para disfunção erétil e morte ou desfechos cardiovasculares após um primeiro infarto do miocárdio é desconhecida.
Neste contexto, um estudo observacional foi realizado na Suécia entre janeiro de 2007 e dezembro de 2013 e incluiu todos os homens de 18 a 80 anos de idade com primeiro infarto do miocárdio. Os pacientes foram identificados a partir do Swedish Patient Register.
No total, 43.145 homens foram incluídos, dos quais 3.068 tiveram pelo menos um medicamento dispensado de disfunção erétil durante uma média de 3,3 anos de acompanhamento.
Foram registrados 4.853 óbitos durante o acompanhamento, 112 (3,7%) em homens com tratamento para disfunção erétil e 4.741 (12%) em homens sem tratamento. Os homens com tratamento para disfunção erétil apresentaram um risco de morte 33% menor (hazard ratio [HR] ajustado: 0,67; intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 0,55 a 0,81) e risco de hospitalização por insuficiência cardíaca 40% menor (HR: 0,60; IC 95%: 0,44 a 0,82) quando comparados com homens sem tratamento.
Entre os 3.068 pacientes que estavam usando medicamento para disfunção erétil, 2.814 (92%) fizeram uso de inibidores da fosfodiesterase-5 (iPDE5) e 254 (8,3%) de alprostadil. Não houve associação entre o tratamento com alprostadil e a mortalidade. O risco ajustado de morte em homens com 1, 2-5, e >5 prescrições dispensadas de (iPDE5) foi reduzido em 34% (HR: 0,66; IC 95%: 0,38 a 1,15), 53% (HR: 0,47; IC 95% 0,26 a 0,87) e 81% (HR 0,19; IC 95%: 0,08 a 0,45), respectivamente, quando comparado com o tratamento com alprostadil.
Veja também: ‘Como abordar a disfunção sexual durante o tratamento da depressão?’
O estudo concluiu que o tratamento para disfunção erétil após primeiro infarto do miocárdio foi associado com risco reduzido de morte e de hospitalização por insuficiência cardíaca. Apenas os homens tratados com iPDE5 apresentaram risco reduzido, o que pareceu ser dependente da dose.
Referências:
- Andersson DP, Trolle Lagerros Y, Grotta A, Bellocco R, Lehtihet M, Holzmann MJ. Association between treatment for erectile dysfunction and death or cardiovascular outcomes after myocardial infarction. Heart [Internet]. 2017;heartjnl – 2016–310746. Available from: https://heart.bmj.com/lookup/doi/10.1136/heartjnl-2016-310746
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.