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Urologia25 fevereiro 2019

Plazomicina: uma alternativa para infecções complicadas do trato urinário?

Em 2018, a FDA aprovou a plazomicina para uso em infecções do trato urinário, com cobertura para germe da família das bactérias Enterobacteriaceae. Veja como é a atuação do fármaco:

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Em 2018, a Food and Drugs Administration (FDA) aprovou a plazomicina para uso em infecções do trato urinário, com cobertura para germe da família das bactérias Enterobacteriaceae, inclusive resistentes à carbapenêmicos produtoras de ESBL.

Leia maisInfecção do trato urinário: novo antibiótico para tratamento é aprovado

O crescente aparecimento de bactérias multidroga resistente necessita de novas opções de tratamento, especialmente no cenário intra hospitalar. Pacientes portadores de germes multirresistentes são três vezes mais propícios a receber antimicrobianos errados quando comparados a pacientes sem infecções multirresistentes.

Recentemente, o jornal americano New England Journal of Medicine publicou um estudo multicêntrico, multinacional, randomizado e duplo cego, de fase três, com objetivo principal de comparar Plazomicina com Meropenem no tratamento de infecções do trato urinário complicadas, incluindo pielonefrite aguda.

A proposta dos autores foi analisar 388 pacientes que preenchiam os seguintes critérios: cleareance de creatinina > 30ml/min com os mais diversos tipos de ITU complicada e dividi-los para receber Meropenem ou Plazomicina. O desfecho primário do estudo era cura.

Confira abaixo os resultados do estudo

• Idade média: 59,4 anos
• 72,2% apresentavam comprometimento função renal
• Patógeno mais comum: E.coli, seguido de K.pneumoniae
• 28% eram ESBL, 30% MDRD e 26,4% não eram susceptíveis a outro aminoglicosídeo

Desfechos

• Plazomicina não foi inferior ao Meropenem, isto é, ambos foram eficazes. A cura após 15 a 19 dias de início de terapia foi de 81,7% no grupo Plazomicina e 70,1% no grupo Meropenem.
• Função Renal: 3,6% dos pacientes do grupo Plazomicina tiveram eventos adversos relacionados à declínio da função renal, comparados a 1,3% dos doentes do grupo Meropenem. 2% em cada grupo interromperam o tratamento por efeitos adversos.
• Nenhuma morte ocorreu relacionada ao medicamento experimental.
• Na análise de subgrupos, mulheres com menos de 65 anos e função renal normal tiveram melhor resposta à plazomicina em comparação com meropenem.

O estudo traz a análise do uso de um novo aminoglicosídeo no combate às mais diversas infecções do trato urinário, principalmente por germes multirresistentes. Uma limitação foi a não utilização da droga em pacientes com disfunção renal muito importante. Por outro lado, em pacientes com função renal normal, a incidência de nefrotoxidade foi até menor no grupo plazomicina. Diante de tudo isso, vemos um novo antimicrobianos disponível no arsenal terapêutico médico e cabe a cada profissional avaliar o perfil de seu doente para utilização da droga.

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Referências:

  • Florian, M.E. Once-Daily Plazomicin for Complicated Urinary Tract Infections. February 21, 2019. N Engl J Med 2019; 380:729-740. DOI: 10.1056/NEJMoa1801467.

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