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Urologia7 novembro 2016

Novembro Azul: qual é o melhor tratamento para o câncer de próstata?

Um novo estudo britânico comparou os efeitos de vigilância ativa, prostatectomia radical e radioterapia radical com hormônios no câncer de próstata.

Por Vanessa Thees

O Novembro Azul é uma campanha para conscientizar a população, em especial os homens, sobre os cuidados com a saúde e o câncer de próstata. Segundo dados do INCA, em 2016, mais de 61 mil novos casos serão registrados apenas no Brasil. Você sabe qual é a melhor conduta para o tratamento do câncer de próstata localizado? Um novo estudo britânico comparou os efeitos de vigilância ativa, prostatectomia radical e radioterapia radical com hormônios.

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Pesquisadores britânicos relataram as conclusões de um estudo randomizado com 1.643 homens (faixa etária: 50 a 69 anos) com câncer de próstata localizado detectado pelo valor do PSA. Eles foram divididos em três grupos e cada um recebeu prostatectomia radical, radioterapia mais terapia de privação androgênica ou terapia de vigilância ativa.

Veja também: ‘Alta ingestao de gordura saturada associada a câncer de próstata agressivo’

No início do estudo, o valor médio de PSA foi de 4,8 ng/mL e 77% dos participantes tiveram 6 no Escore de Gleason. A vigilância ativa envolveu testes de PSA a cada 3 a 6 meses. Um aumento de 50% nos níveis de PSA em 12 meses desencadeou uma “revisão” para reconsiderar a terapia radical. Durante o ensaio, metade dos pacientes de vigilância ativa, eventualmente, foram submetidos a prostatectomia ou radioterapia.

Durante o seguimento médio de 10 anos, não foram encontradas diferenças significativas entre os três grupos na mortalidade específica de câncer da próstata (≈1%) ou mortalidade global (≈10%). No entanto, a incidência de doença metastática foi significativamente maior no grupo de vigilância ativa do que nos de cirurgia e radioterapia (6,1% vs. 2,4% e 2,9%, respectivamente).

E mais: ‘Vasectomia aumenta risco de câncer de próstata?’

Os pesquisadores também acompanharam os resultados relatados pelos pacientes usando questionários padronizados:

  • Incontinência urinária foi mais problemática no grupo cirúrgico;
  • Disfunção sexual foi mais comum no grupo cirúrgico e menos comum no grupo de vigilância ativa;
  • Sintomas intestinais foram mais comuns no grupo de radioterapia;
  • As diferenças entre os grupos nos sintomas acima foram mais evidentes durante os primeiros 1 a 2 anos;
  • A qualidade de vida em geral foi semelhante nos três grupos.

Os resultados deste ensaio podem ajudar os médicos a orientar as discussões com seus pacientes. A sobrevida em 10 anos foi a mesma, independente do tratamento escolhido . As estimativas dos efeitos secundários comunicados podem ser partilhadas com os doentes na hora de decidir o melhor tratamento.

Esse mês, falaremos mais sobre o câncer de próstata e o Novembro Azul. Fique ligado!

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Referências:

  • Hamdy FC et al. 10-year outcomes after monitoring, surgery, or radiotherapy for localized prostate cancer. N Engl J Med 2016 Sep 14. https://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1606220
  • Donovan JL et al. Patient-reported outcomes after monitoring, surgery, or radiotherapy for prostate cancer. N Engl J Med 2016 Sep 14. https://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1606221)
  • https://www.jwatch.org/na42513/2016/10/06/localized-prostate-cancer-randomized-comparison-surgery

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